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Quem é o diácono permanente? Qual é a vocação dele?

Qualquer pessoa pode ser um diácono permanente?

O diácono permanente é uma vocação da Igreja para o serviço da comunhão, para o serviço dos irmãos. No site da Comissão Nacional dos Diáconos Permanentes – www.cnd.org.br –, padre Walter Goedert apresenta uma definição e alguns comentários muito interessantes sobre a vocação. Destaco o que ele escreve:

“Dado que o diácono permanente é simultaneamente pai e esposo, exerce uma profissão civil e se consagra à comunidade eclesial pelo sacramento da Ordem, sua vocação abrange vários aspectos. Na verdade, são três grandes dimensões: familiar, profissional e eclesial. Embora com desafios próprios, essas não deixam de contribuir positivamente para a realização da vocação diaconal.

Quem é o diácono permanente? Qual é a vocação dele?

Diácono João Carlos. Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Administrar esses desafios e colocá-los a serviço da missão constitui tarefa diária. É preciso maturidade para atribuir a cada função o peso certo no momento exato. A harmonização dos possíveis conflitos exige uma escala de valores ditada pela vivência dos sacramentos do Matrimônio e da Ordem, e pela responsabilidade profissional. Não se trata de privilegiar uma das dimensões em detrimento das outras; é preciso, mesmo dando prioridade momentânea a uma delas, buscar o equilíbrio. Sem essa harmonia, não existe plena realização vocacional.

A vocação é um dom de Deus

Uma vez que a vocação inclui aspectos sobrenaturais (é Deus quem chama e espera resposta), é necessário aplicar à vocação diaconal as características bíblicas do chamado. Vocação é, antes de tudo, dom de Deus: “Antes mesmo de te formar no ventre materno, eu te conheci; antes que saísses do seio, eu te consagrei. Eu te constituí profeta para as nações” (Jr 1,4-5). É também dom para a Igreja, um bem para o vocacionado e para sua missão.

Como dom, deve ser acolhido dentro das circunstâncias de tempo e ambiente. Na avaliação da autenticidade de uma vocação, devem ser levadas em consideração as aptidões objetivas do candidato, a livre determinação da vontade e a confirmação do chamado pela Igreja. Esse processo deve ser feito em estreita união com a família do candidato [ao diaconato], com a comunidade eclesial e com os responsáveis diretos pela formação diaconal.

A Sagrada Escritura revela, ainda, que o chamado acontece em vista de uma missão específica. É convite pessoal que espera adesão consciente de fé e vida, incluindo uma consagração particular a Deus em forma de serviço ao povo. Toda vocação constitui um serviço, e o chamado ao diaconato é, de forma especial, um serviço, por ser o diácono sinal sacramental de Cristo-Servo.

O diácono

O diácono assume o serviço, comum a todos os cristãos, como função própria, da qual dá testemunho personalizado. Ele abraça a diaconia com toda a intensidade de sua vida, como algo que lhe diz particularmente respeito. João Paulo II afirma: “O diaconato empenha ao seguimento de Jesus, nesta atitude de serviço humilde, que não só se exprime nas obras de caridade, mas investe e forja o modo de pensar e agir” (L’Osservatore Romano, ed. portuguesa, n. 43 (24/10/93), p 12). Por isso, Puebla afirmou que a missão e a função do diácono não devem ser avaliados com critérios meramente pragmáticos, por estas ou aquelas funções […]. O carisma do diácono é ser sinal sacramental de Cristo-Servo (P 697-698).

Embora a vocação surja de um chamado de Deus, Ele o faz, normalmente, por meio de caminhos ligados à realidade em que vivemos. O chamado é acolhido por homens concretos, cada qual com sua história, limitações e qualidades. Por conseguinte, o discernimento vocacional deve levar em consideração não só critérios objetivos, mas também requisitos pessoais, espirituais, familiares e comunitários (‘Diretrizes para o diaconato permanente’, 135-139). Devem ser considerados desde as tendências instintivas e os desejos íntimos até o modo de ser de cada um, seu ambiente, sua história.”

A vocação, portanto, passa pelo discernimento da Igreja, que, como mãe, acolhe aqueles homens dispostos a dedicar a vida ao serviço da Igreja, ao povo de Deus.

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Testemunho

Sou diácono permanente, desde o dia 5 de julho de 2008, portanto, há dez anos tenho a graça de servir a Igreja na minha pobreza, com a certeza de que o Deus, que me chamou pessoalmente a este serviço, ajuda-me, a cada dia, com o auxílio de Sua Graça, o apoio de muitos amigos e de minha comunidade, e a compreensão de minha esposa e minhas duas filhas.

Se você sente este impulso de “ser menos” para servir melhor a Igreja, o caminho é buscar o seu pároco e falar sobre isso; e se ele o indicar para essa função, você deverá fazer a sua preparação na Escola Diaconal de sua diocese, caso ela tenha essa escola, pois, em muitas dioceses, ela ainda não foi implantada. Assim, colocar sua vida nas mãos de Deus, buscando a fidelidade nas orações, dispondo-se a estar próximo ao altar como ministro extraordinário da sagrada comunhão, pregando a Palavra de Deus e sendo atuante na sua comunidade.

Deus abençoe a sua vocação.

Diácono Paulo Lourenço, Comunidade Canção Nova