ano do laicato

A missão de fé dos leigos na vida cotidiana e na Igreja

Cristãos leigos e leigas, sujeitos na “Igreja em saída”, a serviço do Reino. Sal da terra e luz do mundo

Neste ano de 2018, a CNBB propõe à Igreja um aprofundamento sobre a importância dos leigos, que sempre estiveram presentes na vida e na missão da Igreja. São Igreja. Em toda a história, os leigos tiveram amplo espaço para viver sua vocação, como batizados. Basta olhar as muitas Ordens Terceiras, os Movimentos Eclesiais, as Novas Comunidades, as muitas pastorais organizadas. São leigos engajados, agentes de pastoral, decididos a viver o Evangelho no dia a dia.

A missão de fé dos leigos na vida cotidiana e na Igreja

Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

A Igreja é formada, na sua expressiva maior parte, de leigos. Poucos são os clérigos: diáconos, presbíteros e bispos, que estão a serviço dos leigos. Sobre os leigos, diz o Catecismo: “nas comunidades eclesiais, a ação deles é tão necessária, que sem ela o apostolado dos pastores não pode, na maior parte das vezes, obter seu pleno efeito” (CIC 900).

Desde o tempo em que o Novo Testamento foi escrito, os leigos são importantes e têm seu lugar nas comunidades. Lucas, em seu capítulo 8,1-3, fala das mulheres que seguiam Jesus e ajudavam na Sua missão. Olhemos os amigos de São Paulo, em suas viagens (2Tm 4, 19); a mãe de Jesus e seu pai, Maria e José, eram leigos. Ainda: quando nasceu Jesus, seus primeiros adoradores foram os leigos (Lc 2,15-20).

Agir é muito mais produtivo que falar

Para cumprir bem sua missão, o leigo precisa saber que ele é batizado, e, portanto, tem a graça e a obrigação de viver e anunciar o Evangelho. Ele deve buscar engajamento pastoral, conforme o dom recebido do Senhor. Ainda, é bom recordar que o leigo deve trabalhar com os pastores. Lembremo-nos: a Igreja vive da Eucaristia. Neste ano, infelizmente, é comum ver, nas redes sociais, pessoas que criticam os seus pastores e proclamam, do alto dos seus sofás, como a Igreja deveria agir. Seria muito mais proveitoso se os mesmos se colocassem à disposição para visitar os hospitais, auxiliar na catequese, na limpeza das igrejas, evangelizar as comunidades periféricas, ajudar na Pastoral do Dízimo, enfim, empenhar-se para que todos os nossos irmãos e irmãs tenham trabalho, saúde e educação: vida digna. Agir é muito mais produtivo que falar.

O objetivo deste Ano do Leigo é: “Como Igreja, Povo de Deus, celebrar a presença e a organização dos cristãos leigos e leigas no Brasil; aprofundar a sua identidade, vocação, espiritualidade e missão; e testemunhar Jesus Cristo e seu Reino na sociedade”. Com este Ano, buscamos “a afirmação dos cristãos leigos e leigas como verdadeiros sujeitos eclesiais, atuando nas diversas realidades em que se encontram inseridos, na Igreja e no mundo.”

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Oxalá os leigos e leigas tenham coerência entre a fé que professam e a vida cotidiana! Afinal, o mundo e a história da humanidade são o grande campo da ação do amor de Deus. Podemos mais, podemos melhor. Vivamos o grande dom que Deus nos deu: o Evangelho! Abraço e bênçãos de Deus.


Dom João Inácio Müller

Dom João Inácio Müller é Bispo da Arquidiocese de Campinas (SP).