Aprendendo com Maria

Reflita sobre a virtude da humildade profunda de Nossa Senhora

De acordo com a Bíblia on-line: “Quem é humilde reconhece que sua vida depende de Deus. Tudo que você faz, todos os seus talentos, todos os seus sucessos vêm de Deus. O humilde reconhece que sem Deus não é nada”. Oposto a humildade, vem o orgulho que afasta o ser humano de Deus. A virtude da humildade faz com que reconheçamos a nossa pequenez, fraquezas, limitações, nossos pecados, e também nos conduz ao arrependimento e ao pedido de perdão.

Façamos memória da nossa salvação, tendo o orgulho como conceito exagerado de si próprio, atribuindo tudo a si mesmo e não a Deus. Ao percorrermos o Antigo Testamento, compreenderemos melhor a concretização do plano de Deus na salvação da humanidade.

Reflita sobre a virtude da humildade profunda de Nossa Senhora

Foto Ilustrativa: by Getty Images / Sidney de Almeida

Em Gênesis (cf. Gn 3,1-13), encontramos o primeiro relato do orgulho humano: a tentativa do homem de ser igual a Deus. Foi pelo orgulho que o pecado entrou no mundo e está intrinsecamente ligado à desobediência do homem a Deus.

Maria nos ajuda no processo de salvação

No projeto de Deus para a nossa salvação, Ele quis contar com alguém que livremente estaria disposto a abrir mão de si para fazer a vontade d’Ele. E foi em Maria que Ele encontrou disponibilidade profunda de coração. A resposta pronta e generosa d’Ela ao dizer “sim” a Deus, esvaziando de si mesma, de seus sonhos e projetos pessoais mudou o percurso da nossa história e se externizou concretamente em toda a Sua vida, tornando-Se colaboradora no plano de Deus para a salvação de toda a criação.

Maria é para todos o modelo de humildade, sendo judia, hebreia; praticando fielmente de sua religião hebraica, alimentava a Sua fé no Deus Único e verdadeiro pela Sua vida de constante oração; frequentando a pequena sinagoga da região onde escutava, meditada e guardava no coração as sagradas escrituras que eram proclamadas, desse modo, nutria-Se de esperança. Era uma jovem prometida em matrimônio ao justo José e preparava-Se para as Suas bodas. Maria despoja-Se numa total e profunda entrega de si mesma e de tudo que poderia realizar no percurso da Sua vida para viver os sonhos de Deus. Ela deixa tudo, abre mão de tudo para ficar somente com o Senhor, pois sabe que é o maior bem que poderia possuir.

De fato, somente uma pessoa humilde é capaz de dar um sim confiante e abandonado a Deus. Maria, embora não compreendesse como tudo se daria, não esquivou-Se, mas, num diálogo aberto e sincero, pergunta ao Anjo Gabriel como tudo aconteceria.

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Humildade de Maria

“Maria com prontidão disse: ‘A minha alma engrandece ao Senhor e o meu espírito se alegrou em Deus, meu Salvador, porque contemplou na humildade da sua serva. Pois, desde agora, todas as gerações me chamarão Bem-aventurada’ (…)”. (Lc 1,46-48). Com essa atitude, Maria, sem saber para onde Deus a levaria, coloca-Se totalmente abandonada nas mãos d’Ele, Aquele que guiará os Seus passos. Isso reflete a fé d’Ela, uma confiança cega no único Deus verdadeiro que, durante toda a Sua vida, Ela seguiu, serviu e alimentou a Sua esperança, por meio da oração e das Sagradas Escrituras proferidas na pequena sinagoga que frequentava.

Por meio da humildade de Maria, ao submeter-se à vontade de Deus, Ela torna-Se uma figura determinante na história da salvação. Deus se rebaixa, se faz homem e vem morar entre nós, e foi no ventre virginal que Ele encontrou lugar para habitar.

Como Maria, somos convidados a viver na humildade que, antes de tudo, se dá pela escuta atenta à voz de Deus que nos fala porque deseja conduzir a nossa vida na Sua vontade. Mas é preciso um coração disposto, aberto, confiante e pronto para realizar a vontade d’Ele, além disso, entregar a Ele o nosso passado, presente e futuro, certos de que estaremos seguros.

Maria abandonou-Se totalmente à vontade de Deus porque, durante toda a Sua vida, nutriu diariamente a Sua fé, confiança e esperança n’Ele. Com sua humildade, reconheceu a Sua pequenez, o Seu nada, então, tudo entregou a Deus, pois sabia da grandeza d’Ele sobre todas as coisas.