Fé cristã

Sou católico. Preciso acreditar nos dogmas?

Caro internauta, proponho-me, nos próximos dois artigos, tratar brevemente de um assunto que gera numerosas dúvidas e discussões entre os cristãos que professam a nossa rica fé católica e, ainda mais, entre aqueles que não a professam: os dogmas. O primeiro artigo será reservado para refletirmos algumas questões básicas como: “o que são os dogmas?”, “Do que eles tratam?”, “Podemos negar os dogmas?”, “Eles podem ser revogados?”. No segundo artigo, tentaremos traçar uma relação do dogma com as aparições de Nossa Senhora.

Entenda o que são os dogmas e como eles estão relacionados à fé cristã e ao ser católico

De modo geral, a palavra “dogma”, que em grego significa “ensinamento”, tem sido muito mal compreendida nos dias de hoje. Não é incomum pessoas acharem que dogma é algo inventado para engessar o pensamento, limitar uma discussão sobre determinado assunto ou, até mesmo, inventado para tolher o comportamento social. Outros, ainda, pensam que dogma é coisa dos antigos, algo carcomido pelo tempo, que só serve para atrapalhar a evolução dos tempos modernos. Tudo isso não passa de grande equívoco ou pensamento que beira conjecturas conspiratórias.

Sou católico. Preciso acreditar nos dogmas?

Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Do ponto de vista dos católicos, o dogma é uma definição verdadeira feita acerca de algum ponto essencial, e, portanto, importante para a fé. Trata-se não de uma verdade inventada ou imaginada pela Igreja, mas revelada por Deus. É importante salientar que o dogma é uma afirmação eclesial (da Igreja) e, enquanto tal, é “symbolum”, quer dizer, sinal de reconhecimento da reta fé.

Afinal, o cristão precisa ou não precisa acreditar nos dogmas?

A essa pergunta cabe o Catecismo da Igreja Católica responder: “O Magistério da Igreja faz pleno uso da autoridade que recebeu de Cristo quando define dogmas, isto é, quando propõe, dum modo que obriga o povo cristão a uma adesão irrevogável de , verdades contidas na Revelação divina ou quando propõe, de modo definitivo, verdades que tenham com elas um nexo necessário” (cf. CIC 88).

De uma maneira ainda mais direta, embora já o tenha sido o Catecismo, para o cristão católico, dogma é uma verdade absoluta, definitiva, infalível e inquestionável. Uma vez proclamado, o dogma não pode ser negado ou revogado, nem mesmo pelo Sumo Pontífice ou por algum Concílio. Aliás, de fato, isso nunca aconteceu na História da Igreja. Geralmente, os dogmas são proclamados para colocar um ponto final nas incessantes discussões teológicas a respeito de algum tema fundamental da fé e que exige adesão de todos os católicos.

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É importante ressaltar que a definição de um dogma não acontece de maneira rápida, equivocada, improvisada ou pouco pensada. Pelo contrário, a definição de um dogma requer um lento processo de amadurecimento no qual uma verdade contida no depósito da Revelação vai se tornando visível à hierarquia eclesiástica e, principalmente, ao povo de Deus. Portanto, como já fora mencionado, o dogma não é inventado, ou seja, a verdade que ele apresenta já existia. Com a definição do dogma, essa verdade se torna reconhecida e evidente a todos.

As revelações de fé nos apontam o caminho do Céu

O dogma é, portanto, uma grande caridade que nos faz a Igreja. Eles são como estacas que delimitam o itinerário da nossa vida de fé e que nos dão segurança para seguir sem medo. Segundo o Catecismo da Igreja Católica, “os dogmas são luzes no caminho da nossa fé: iluminam-no e tornam-no seguro” (cf. CIC 89). Sejam estacas ou luzes, eles nos mantêm seguros no caminho que nos leva ao céu.

Aqueles que colocam em descrédito os dogmas já fez a opção por trilhar por outros rumos. Não é possível se dizer católico e não acreditar em alguma determinação de fé da Igreja. Seria um enorme engano. Quem se diz católico está, impreterivelmente, afirmando que acredita em todos os dogmas revelados pela Igreja. Professar a fé em Deus na Igreja católica, portanto, pressupõe a adesão às suas determinações magisteriais e doutrinárias.

Uma vez que nos aprofundamos um pouco mais sobre os dogmas, passaremos para um segundo momento: fazer a distinção entre o dogma e as aparições da Virgem Maria. Afinal, sou obrigado a acreditar nas várias aparições de Nossa Senhora e nas experiências místicas que algumas pessoas tiveram nessas aparições? Esse é um assunto para o próximo artigo.

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Deus o abençoe
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