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Três aspectos fundamentais da vida cristã

Caro internauta, cada dimensão da nossa vida é permeada por multifacetados aspectos. A título de exemplo, se considerarmos nossas atividades profissionais, independentemente do ramo que escolhemos seguir, é exigido de nós conhecimento prático, teórico, constantes aperfeiçoamentos, aquisição de novas habilidades, especialmente as tecnológicas e muita dedicação. Veja, portanto, quantos aspectos envolvem a nossa vida profissional.

Na dimensão religiosa, seja qual for a escolha que fizermos, não é diferente. A vivência de uma honesta religiosidade também está permeada por alguns importantes aspectos. Dessa forma, quero, nesse artigo, fazer um breve apontamento para três deles.

Três aspectos fundamentais da vida cristã

Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

3 aspectos fundamentais da vida cristã:

Primeiro aspecto: uma permanente disposição

Que disposição, afinal, seria essa? Ninguém é batizado apenas por ser batizado. Ao receber este, que é o primeiro dos sacramentos, o neófito adquire uma linda missão. Ao ser batizado, portanto, o cristão é envolvido em uma magnífica aventura apostólica. Assim, onde quer que ele se encontre, deve cultivar a disposição para dar testemunho de sua fé. Cristão que não testemunha a sua fé é o mesmo que um professor que não ensina, um nadador que não nada, um alpinista que não escala a montanha, é, em suma, um grande embusteiro.

A mera presença de um cristão irradia, naturalmente, uma presença que está para além dele mesmo, a presença do próprio Cristo. Ele não precisa dizer que é cristão para ser reconhecido como tal. Ele será identificado onde quer que esteja, especialmente pelo seu modo de ser, de se comportar, sua atuação no mundo. Somente depois poderia dizer que segue a Cristo, o que deveria ser dispensável num primeiro momento. Não é por acaso que a sabedoria popular afirma que um mestre é reconhecido, não por aquilo que dele se ouve, senão por aquilo que dele se aprecia.

Segundo aspecto: saber defender com precisão a nossa fé (apologia)

É exatamente esse o significado da expressão grega “apologia”: “defesa”. Trata-se de uma defesa contra alguma acusação sofrida. A nossa está ou não está sofrendo grandes acusações nos dias de hoje? Nem me refiro às perseguições sofridas em países nos quais a religião cristã não é permitida, refiro-me aqui mesmo no Brasil.

Afirmações basilares com relação à fé que professamos têm sido criminalizadas. Permita-me uma redundância necessária para exemplificar uma situação: dizer que o casamento querido por Deus se dá única e exclusivamente entre um homem do sexo masculino e uma mulher do sexo feminino pode causar sérios problemas para quem afirma. Tem sido proibido, pois, afirmar que a grama é verde, que a água é molhada e que o gelo é gelado.

Diante dessa situação, o cristão não pode ser, desculpe a expressão, palerma. O cristão não tem mais o direito de ser ignorante, desenformado. Longe de querer interferir nos dogmas de nossa religião, acredito que chegamos a um ponto da história que não seria disparate considerar a ignorância como o oitavo pecado capital.

Esse não deveria ser mais um mistério entre nós, tendo em vista que, já no primeiro século, os cristãos foram instruídos como reagir em uma situação de acusação ou de injúria. Assim como fez Jesus, façamos nós. Não se reage pagando na mesma moeda os insultos sofridos ou com agitação, mas com a mansidão e a clareza dos sólidos argumentos que explicam a sua atitude, enfim, com a Verdade. Já instruía São Pedro: “estejam sempre preparados para responder a qualquer um que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês” (cf. 1 Pd 3,15).

Embora a nossa fé não possa ser demonstrada empiricamente, podemos mostrar que a nossa crença não é algo absurdo, pelo contrário, é mais sensato crer do que não crer.

Terceiro aspecto: prepare-se, não viva de improvisos

Uma vez que estamos convencidos da importância de conhecermos, com clareza, a nossa fé, é preciso dizer que não se adquire tal conhecimento assistindo às novelas ou aos programas de fofoca, pelo contrário, exige esforço, dedicação e muita paciência. Porém, aqueles que enveredam por esse caminho não se arrependem. Como é salutar encontrar pessoas que atingiram a harmonia entre a fé e a razão! Jovens, adultos ou idosos, aqueles que optam por essa via adquirem uma linda estabilidade espiritual que lhes permite dar as razões da sua fé, e, consequentemente, blindam-se dos tempestuosos ventos das paixões.

A expressão “razão” que usamos acima é uma das derivações da palavra grega “logos”. Expressão que também significa “palavra” ou “discurso”. Não foi por acaso que São Pedro descreveu o cristianismo como uma religião do diálogo. Dessa maneira, os cristãos devem estar sempre dispostos e abertos ao diálogo.

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Para reafirmar a importância dessa expressão grega “logos” e de suas derivações (razão, palavra, discurso etc.), quero relembrar a passagem bíblica que diz: “No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. […] Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens” (cf. 1,1-4).

Assim, podemos afirmar, sem erro, que a razão é uma Pessoa. É, simplesmente, o próprio Jesus Cristo, aquele que é o “logos” Divino, o Verbo do Pai. Portanto, caro internauta, quando você dá as razões da sua fé, você não está usando de simples argumentos ou arranjos retóricos, mas apresentando e testemunhando o próprio Jesus.

Deus abençoe você
Até a próxima!

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