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Violência infantil: saiba quais são os tipos e consequências

Mais comum do que as estatísticas apresentam, a violência doméstica e familiar é um fato explícito ou, muitas vezes, velado, encoberto, praticado dentro de casa entre parentes (homem e mulher, entre filhos, dos filhos para com os pais e vice-versa, dentre outros), incluindo a violência infantil e o abuso sexual contra criança, os maus-tratos contra idosos, contra a mulher e a violência contra o parceiro.

Esse problema torna-se cada vez mais evidente porque as marcas não são apenas sociais, elas geram um problema de saúde pública e cuidados que, cada vez mais, são percebidos e necessários às vítimas desses tipos de violência.

As pesquisas divulgadas mostram que os meninos são vítimas mais frequentes de violência física, porém, no que se refere à violência sexual, as vítimas mais frequentes são as meninas (3 a 4 meninas para um menino). Em muitos casos, a violência sexual e a violência física costumam aparecerem juntas e, nos três casos, são um risco para o processo de desenvolvimento saudável da pessoa. É importante destacar a violência psicológica que também é sofrida.

A abertura para esse assunto não é muito fácil, pois, muitas vezes, a violência é silenciosa, envolve segredos familiares e aproxima-se dos agressores que, muitas vezes, estão mais próximos do que a família gostaria de encarar.

Violência infantil: saiba quais são os tipos e consequências

Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Violência infantil: entenda o que é cada um dos tipos

a) Violência física: ação única ou repetida, intencional, cometida por um adulto ou pessoa mais velha que a criança ou adolescente, que provoque dano físico, de grau variado de lesão que leve até a morte;

b) Violência psicológica:  envolve um padrão de comportamento destrutivo do adulto, que interfere negativamente na competência social da criança, por meio de práticas de rejeição, isolamento, ameaça, descaso, corrupção, expectativas e exigências irreais, violências que não deixam marcas físicas, mas afetam diretamente o comportamento e o lado emocional dos violentados;

c) Violência sexual: ato ou jogo sexual, com a intenção de estimular sexualmente ou de usar a criança ou adolescente para obter satisfação sexual por parte de adulto ou de pessoa em estágio mais avançado de desenvolvimento.

Existe também a chamada “negligência” que pode ser caracterizada como o abandono parcial ou total dos responsáveis e/ou a omissão quanto a oferecer as necessidades básicas e da supervisão essencial à segurança e ao desenvolvimento da criança, quando não associadas às privações socioeconômicas.

Problemas sociais com a violência infantil

A violência infantil mostra-se, na maioria das vezes, como fator de risco para que apresentem problemas de comportamento, ajustamento escolar e de uma percepção social negativa, ou seja, com uma visão distorcida, amedrontada e até mesmo isolada dos relacionamentos sociais.

Para enfrentar esse problema, são utilizadas as chamadas redes sociais de apoio, ou seja, todos os recursos pessoais da criança e da família que são usados para enfrentar o problema da violência, como a própria família, a escola, os meios sociais frequentados pelas vítimas, além do suporte público e político no combate de tais situações.

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As violências psicológicas (muito comum por, aparentemente, não causarem danos) são outras formas de agressão cometida por pais e parentes, essas podem, também, prejudicar o desenvolvimento emocional.

Comparar a criança com o seu irmão, apontar os defeitos físicos e intelectuais ou castigá-la trancando-a no quarto escuro são exemplos desse tipo de violência, essa é dificilmente detectada porque o agressor acredita que seu ato é apenas uma brincadeira ou forma de educar, mas pode gerar medos e conflitos na criança ou jovem.

Principais sinais apresentados

Os principais sinais apresentados pelo jovem ou criança que sofre violência são: ansiedade, choros constantes sem aparente motivo, medo, pesadelos, tentativas de suicídio, marcas de violência no corpo, ataques de pânico, baixo rendimento escolar, sentimento de inferioridade.

Se a sociedade pudesse viver o verdadeiro uso da palavra “amar” e não aquele afirmado pela mídia, ligado apenas ao namoro e ao sexo, mas pensar no amor por sua definição mais simples, relacionar-se com igualdade de consideração, sem superioridade ou inferioridade, sendo tolerante às falhas e às diferenças humanas, muitos casos não seriam mais presenciados.

Amar é não fazer ao outro coisas que nós não gostamos que façam conosco. O que nós não gostamos de receber, certamente o outro também não deve gostar. A partir dessa vivência, tornaremo-nos cooperadores um do outro em vez de destruidores. Que possamos ser agentes na extinção dessa violência, com o máximo de respeito e ação diante de tais situações.


Elaine Ribeiro dos Santos

Elaine Ribeiro dos Santos é Psicóloga Clínica pela Universidade de São Paulo (USP). Colaboradora da Comunidade Canção Nova, reúne 20 anos de experiência profissional, atuando nas cidades de São Paulo, Lorena e Cachoeira Paulista, além do atendimento on-line para o Brasil e o Exterior. Dentre suas especializações estão Terapia Cognitivo-Comportamental, Neuropsicologia e Psicologia Organizacional. Instagram:  @elaineribeiro_psicologa