entenda

Você sabe o que é bulimia nervosa?

Bulimia é um distúrbio que se caracteriza por episódios recorrentes e incontroláveis de ingestão de grandes quantidades de alimentos, geralmente com alto teor calórico, seguidos de reações inadequadas para evitar o ganho de peso, tais como indução de vômitos, uso de laxativos e diuréticos, jejum prolongado e prática exaustiva de atividade física.

Nos portadores de bulimia, não é a magreza que chama à atenção. Em geral, são mulheres jovens de corpo escultural, que cuidam dele de forma obsessiva. Seguem dietas rigorosas. De repente, perdem o controle e ingerem uma quantidade absurda de alimentos, na maior parte das vezes, às escondidas. Depois, são tomadas por sentimentos de remorso ou culpa.

Os recursos de que se valem para não engordar provocam complicações no organismo. Por exemplo: destruição do esmalte dos dentes, inflamação na garganta, sangramentos, problemas gastrintestinais, arritmias cardíacas, desidratação etc.

Foto Ilustrativa: OcusFocus by Getty Images

A principal diferença entre anoréxicos e bulímicos é o estado de caquexia (extrema desnutrição) a que podem chegar pacientes com anorexia. A bulimia e a anorexia podem ter uma predisposição genética, mas a pressão social e familiar, assim como a valorização da magreza como padrão de beleza, têm um papel preponderante na gênese dessa moléstia.

Sintomas da bulimia nervosa

• ingestão exagerada de alimentos em curtos períodos de tempo sem o aumento correspondente do peso corporal;
• vômitos autoinduzidos por inversão dos movimentos peristálticos ou colocando o dedo na garganta;
• uso indiscriminado de laxantes e diuréticos;
• dietas severas intermediadas por repentinas perdas de controle que levam à ingestão compulsiva de alimentos;
• distúrbios depressivos, de ansiedade, comportamento obsessivo-compulsivo, automutilação;
• flutuação de peso corpóreo;
• distorção da autoimagem e baixa autoestima.

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Recomendações

a) Se você é portador(a) de bulimia:

• Não se acanhe, procure assistência médica; geralmente os pacientes sabem que são portadores do distúrbio, mas procuram esconder sua situação da família e dos amigos;
• Saiba que a restrição alimentar rígida e continuada aumenta o risco de fases de absoluto descontrole alimentar;
• Informe-se sobre os riscos a que se expõem os portadores de bulimia sem tratamento.

b) Se uma pessoa com quem você convive é portadora de bulimia:

• Lembre que críticas não ajudam a resolver o problema; aliás, só servem para comprometer mais ainda a autoestima do paciente;
• Procure orientação para saber como lidar com o(a) portador(a) de distúrbios alimentares;
• Admita que, às vezes, a família inteira pode precisar de acompanhamento terapêutico.

Texto extraído do livro “Livre para viver”, de Dr. Roque Savioli.