Se você deseja ser feliz e viver em harmonia consigo mesmo, com os outros e, principalmente, com Deus, é preciso ter a coragem de fazer constantes e desafiantes escolhas. E uma delas, inclusive ainda mais necessária em nossos dias, é ir além dos meios tecnológicos e priorizar os relacionamentos, ou seja, ter: “Menos olho na tela e mais olhos nos olhos”.
Talvez, você não tenha noção do nível da escravidão que já está envolvido em relação ao uso do celular, mas imagine aquele dia em que você tem vários compromissos e esquece ele em casa. Bate um desespero e cresce a ansiedade por imaginar pessoas ligando ou mandando mensagem, enquanto você não pode responder? Por quanto tempo você imagina que conseguiria ficar sem usar o celular?
A tela toma conta da sua vida?
Penso que qualquer meio de comunicação, como o nome diz, é um meio e não um fim. Portanto, mesmo que o celular, por exemplo, seja tão importante e útil em nossos dias, ele não pode nunca ser a arma que nos aprisiona, afastando-nos, de fato, do que é o mais importante na vida: o amor que damos e recebemos das pessoas. Antes ele precisa ser realmente um meio para nos comunicarmos no sentido de gerar comunhão e, assim, estreitarmos laços e sermos felizes. Uma pergunta que pode nos ajudar a avaliar nossa relação com o celular e as redes sociais é: “Qual a importância desse aparelho e da minha participação nas mídias para minha qualidade de vida?”.
Se formos sinceros, vamos perceber que, na maioria dos casos, estamos dando mais importância a esse aparelho do que ele merece e, com isso, temos perdido muito do nosso escasso e precioso tempo. Aliás, você já parou para calcular quanto tempo passa usando o celular ou computador nas redes sociais diariamente?
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A falta da sensibilidade
Fatos comprovam que a rotina com a tecnologia tem deixado as pessoas menos sensíveis às realidades a sua volta. Quantas vezes você já passou por alguém conhecido e deixou de cumprimentá-lo, simplesmente porque estava envolvido com o celular? Será que ainda sentimos saudades daqueles que amamos e queremos estar próximos deles, os olharmos nos olhos e os abraçarmos fortemente, ou temos “saciado” essa ausência com mensagens e figurinhas eletrônicas?
A questão não é deixarmos de usar os meios que a tecnologia oferece, porém, é preciso usá-los com responsabilidade, priorizando os autênticos relacionamentos e a saúde mental. Bento XVI, em sua mensagem divulgada por ocasião do Dia Mundial das Comunicações Sociais em 2013, afirma que o ambiente digital quando bem e equilibradamente valorizado, ele pode reforçar os laços de unidade entre as pessoas e promover eficazmente a harmonia da família humana. A troca de informações pode transformar-se numa verdadeira comunicação, os contatos podem amadurecer em amizade, as conexões podem facilitar a comunhão. Se as redes sociais são chamadas a concretizar esse grande potencial, as pessoas que nelas participam devem esforçar-se por serem autênticas, porque nesses espaços não se partilham apenas ideias e informações, mas, em última instância, a pessoa comunica-se a si mesma.