A busca pelo “pertencer” é inerente à natureza humana. Por isso, é importante que os sinais de pertencimento à Igreja de Jesus Cristo sejam celebrados de forma física e visível, a fim de alcançar os corações dos homens, mesmo em sua imperfeição. Assim como São Tomé, a maioria de nós precisa ver para crer. É preciso manter o pensamento de que a catequese é o caminho comum a ser trilhado para a celebração dos sacramentos da eucaristia e da confirmação, essencialmente manifestações de fé. Por isso, ao falar sobre sua importância, o catequista deve se atentar para transmitir uma mensagem de amor e misericórdia.
Nas primeiras etapas da catequese, as crianças e os jovens se preparam para celebrar o sacramento da Eucarística pela primeira vez; na segunda etapa, assumem pessoalmente sua fé pelo sacramento da Confirmação. Já nas turmas de adultos não é raro que algum catequizando não seja batizado e que outros já tenham celebrado a primeira Eucarística e buscam a Confirmação. Ademais, alguns podem ser os únicos ou um dos poucos de suas famílias a celebrarem os sacramentos. Transmitir uma mensagem confusa sobre a importância dos sacramentos pode causar um sentimento de superioridade que o cristão deve evitar.
A importância dos sacramentos
Na explicação do batismo, é bom fazer a leitura da passagem do batismo do eunuco (Ato 8, 26-40), que retrata sua essência: aceitar a Boa Nova. Com essa leitura, além de explicar a importância desse sacramento para o cristão, também se pode despertar o desejo pelo anúncio da Palavra. Na preparação para a Eucaristia, o catequizando deve ter a clara compreensão de que Jesus Cristo é o Deus Vivo e Verdadeiro. Sugiro a reflexão sobre este questionamento: “Por que procurais entre os mortos aquele que está vivo?” (Lc 24, 5). Nas palavras do Papa João Paulo II: “A Eucaristia aproxima-nos de Deus de modo estupendo. E é Sacramento da vizinhança d’Ele em relação ao homem”.
Também os demais sacramentos devem ser estudados pelo catequista, evitando ao que for possível, deixar dúvidas nos catequizandos sobre a importância de cada um deles, desde o batismo à unção dos enfermos. Um detalhe pelo qual é preciso encontrar a medida certa é para que não se transmita a celebração dos sacramentos como se fosse uma espécie de requisito para que se obtenha o amor e a graça de Deus. Na verdade, “O sacramento pressupõe a revelação do mistério e pressupõe também a sua aceitação mediante a fé, por parte do homem” (João Paulo II). Estejamos atentos a isto: aceitação mediante a fé e não condição para a graça de Deus.
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Que, em nossos encontros, possamos transmitir o amor de Deus por nós, que é maior do que nossa limitação humana pode compreender, ele traz consigo a justiça e misericórdia, assim, faz florescer no coração dos nossos catequizandos o desejo sincero de se tornar membro da Igreja. Que assim seja e bons encontros!
Referências:
BÍBLIA SAGRADA. Tradução da CNBB, 18 ed. Editora Canção Nova.
JOÃO PAULO II. Audiência Geral. Roma, 13 jun. 1979.
JOÃO PAULO II. Audiência Geral. Roma, 08 set. 1982.