Genuflexão e inclinação são sinais e gestos litúrgicos
Talvez, ao ouvir falar das palavras genuflexão e inclinação, você nem imagine o que seja ou saiba o real sentido dessas duas palavras, embora, seja quase certo que você já tenha as feito várias vezes.
Durante as celebrações litúrgicas e, principalmente, na Celebração Eucarística, somos envolvidos por vários momentos e ações, por exemplo: pela música que nos ajuda a rezar, pelas orações que são verdadeiros diálogos com Deus, assim como, também, os vários gestos que se realiza desde o momento que entramos na Igreja até a hora de
irmos embora. Dos inúmeros gestos, quero destacar dois que são: a genuflexão e a inclinação. Esses dois atos são sinais que significam veneração, reverência ou adoração.
O que é a inclinação?
Para entendermos o que é ao certo a inclinação que, tanto os padres quando as demais pessoas fazem, vamos recorrer a Instrução Geral do Missal Romano que, no n° 175, diz assim: “A inclinação significa a reverência e a honra que se presta às próprias pessoas ou aos seus símbolos”. Essas inclinações podem ser de cabeça ou de corpo.
A inclinação de cabeça faz-se quando, na Missa, se pronunciam os nomes das três Pessoas Divinas juntamente, ao nome de Jesus, da Virgem Santa Maria e do Santo, cuja honra seja celebrada na Missa. A inclinação profunda de corpo faz-se quando, na Missa, por algum motivo se passe diante do altar. Contudo, o padre a realiza quando,
após a procissão de entrada, ele chega diante do altar, durante as orações: “Purificai o meu coração” e “De coração humilhado”, orações próprias do sacerdote, em Símbolo às palavras “E encarnou pelo Espírito Santo”, no Cânone romano as palavras “Humildemente Vos suplicamos”. Também, o diácono faz inclinação profunda ao pedir a bênção, antes da proclamação do Evangelho.
Na consagração, o sacerdote faz uma pequena inclinação enquanto diz as palavras do Senhor. Percebe-se que, tanto para o padre quanto para o crente que participa das celebrações, as inclinações de cabeça ou de corpo quer significar o reconhecimento, por parte do fiel, para com Deus e seus santos.
O que é a genuflexão?
O Cerimonial dos Bispos (livro com orientações litúrgicas), no n° 69, define a genuflexão assim: “é o ato de tocar o solo com o joelho direito, mantendo o esquerdo dobrado e significa a adoração”. A genuflexão é feita em várias situações, por exemplo: para o Santíssimo Sacramento, caso o tabernáculo (sacrário) esteja no presbitério ao entrar ou sair do espaço presbiteral (desde que não esteja durante a Missa); na Celebração Eucarística faz-se apenas ao aproximar-se do presbitério no início e no final da Missa. A Instrução Geral do Missal Romano, ainda no n° 174, traz como necessário genuflectir à santa Cruz, desde a solene adoração na ação litúrgica da Sexta-Feira da Paixão do Senhor, até ao início da Vigília Pascal.
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Adoração, respeito e submissão
Queridos amigos, termino este artigo tratando brevemente sobre a adoração, já que aprendemos ser a genuflexão um ato de adoração. É importante termos a consciência de que nós, católicos, precisamos com esses atos de inclinação e genuflexão expressar a nossa adoração e respeito a Deus.
O Catecismo da Igreja Católica, no n°2096, nos instrui que “Adorar a Deus é reconhecê-lo como Deus, como o Criador e o Salvador, o Senhor e Dono de tudo o que existe, o Amor infinito e misericordioso”. Não tenhamos medo ou receio de dar a Deus o que lhe é devido, assim, dentro dos lugares sagrados, cabe a nós todo o respeito.
A adoração é uma ordem encontrada no Evangelho de São Lucas (cf.: 4,8) quando o próprio Jesus faz menção ao livro do Deuteronômio: “Adorarás o Senhor teu Deus e só a Ele servirás”. Com isso, vale da nossa parte realizar, sempre que possível, atos com o nosso corpo para, também, manifestar a nossa adoração. Que as atitudes de genuflexão e inclinação do nosso corpo externalize o que a nossa alma está realizando.