Santidade

Faça uma reflexão: como eu posso ser santo nos dias atuais?

É com essa pergunta que iniciamos este artigo, no qual utilizaremos a exortação apostólica do Papa Francisco Gaudete et Exsultate como pano de fundo para entender e trilhar um caminho rumo a ser santo e fazer a vontade de Deus.

Deus o quer santo

Você já parou para pensar que Deus, por meio do Espírito Santo, derrama a santidade sobre Seu povo fiel, porque Ele próprio quer salvar e santificar os homens? Sim, essa é uma verdade que acontece. Portanto, podemos nos ajudar, porque Deus não quer nos salvar sozinhos, mas quer, comunitariamente, levar em conta nossas relações, e, assim, a santidade acontece nas coisas simples.

Não precisamos almejar realidades grandiosas, mas podemos buscar a santidade no cotidiano da nossa vida. O Papa traz o exemplo dos pais que criam seus filhos, nos homens e mulheres que trabalham para trazer o pão para dentro de casa, nos doentes e idosos que continuam a sorrir. Esses são “os santos ao pé da porta”. Pessoas que, nos afazeres diários, buscam realizá-los com amor. O segredo está em viver com alegria, honestidade e competência o seu trabalho, ou melhor, a sua vocação. Por isso, utiliza os momentos ordinários para viver de forma extraordinária. Assim seremos santos!

Faça uma reflexão: como eu posso ser santo nos dias atuais?

Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Configurado a Cristo

Alcançaremos a santidade à medida que formos nos configurando e nos identificando com Cristo. Essa mudança quem realizará será o Espírito Santo, à medida que Lhe dermos abertura, para que nos transforme. Como já aprendemos, esse é o desejo de Deus: a nossa santidade. Sendo assim, o próprio Deus nos apresentará situações e pessoas para que possamos crescer em santidade.

A fuga nunca será capaz de modelar santos; pelo contrário, somente enfrentando a nós mesmos e os que vêm a nosso encontro teremos a possibilidade de sermos transformados em pessoas melhores. Da mesma forma que o silêncio e a oração gestam em nós o homem novo, e o encontro com o outro nos dá a capacidade de agirmos como novo homem.

Eis um dos desafios para os que querem ser santos nos dias de hoje: Não cair em um ativismo nem ocupação excessiva com as coisas, esquecendo o autor das coisas nem tão pouco fugindo dos encontros e obrigações próprias de qualquer pessoa comum. O Papa Francisco nos exorta: “Precisamos de um espírito de santidade que impregne tanto a solidão como o serviço, tanto a intimidade como a tarefa evangelizadora, para que cada instante seja expressão do amor doado sob o olhar do Senhor” (n. 31).

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Cada vez mais humanos

A santidade, como já deu para percebermos, realiza-se na vida, no cotidiano e nas coisas simples que cada pessoa realiza. Colocar amor naquilo que fazemos dá um sentido totalmente evangélico nos afazeres da vida. Por isso, podemos nos lançar sem medo de sermos santos, pois nada nos será tirado, nem as forças nem a alegria, porque, afinal de contas, foi Deus quem desejou isso para nós, e essa é a nossa vocação primeira, a santidade.

Tornar-se humano nada mais é do que fazer as coisas normais do nosso dia, mas, como acima mencionado, com amor. Eis o segredo! Contudo, um amor de fato e não um amor de teorias. Um amor traduzido em atos com aqueles que estão mais próximos de nós. Comecemos por esses. Tenhamos quase certeza de que, durante o dia, estamos rodeados de pessoas que nos são caras ao coração, e muitas dessas pessoas podemos dizer que as amamos. Eis que temos um campo repleto de pessoas para amar, e assim nos tornarmos testemunhas de uma santidade humana, sem deixar de reconhecer a graça de Deus nas nossas atitudes.

Por fim, quero animar cada um de vocês, amigos leitores, a sermos juntos o que Deus quer de nós. Santos! Por assim dizer, sermos cada vez mais humanizados e solícitos com aqueles que mais necessitam. O Papa Francisco exorta: “Não tenhas medo de apontar para mais alto, de te deixares amar e libertar por Deus. Não tenhas medo de te deixares guiar pelo Espírito Santo. A santidade não te torna menos humano, porque é o encontro com a tua fragilidade e com a força da graça” (n. 34).

“[…] existe apenas uma tristeza: a de não ser santo” (León Bloy)