Um grande aliado do Tentador é o medo. Quantas pessoas se tornaram infelizes, desviaram-se de Deus, entregaram-se a toda espécie de vícios por causa do medo! Medo de Deus, medo do diabo, medo de não ser feliz, medo de não se casar, medo de perder o marido, medo de morrer pobre, de fracassar, de ir para o inferno e, por fim, um dos piores medos: medo da morte!
Numa busca desesperada de segurança, de garantias e “felicidade instantânea”, um número incontável de pessoas se entregou aos arrastos da carne, aos prazeres pecaminosos e a toda sorte de pecados, procurando vida onde só há morte. Muita gente buscou e ainda busca libertações no espiritismo, no ocultismo e em outros tantos espiritualismos, a fim de manipular o sobrenatural, como se com o barro pudesse do barro se limpar. Até parece que ouvimos o desespero gritar: “Comamos e bebamos, pois amanhã morreremos”.
Deus ama o pecador, mas detesta o pecado, pois, no Seu amor de Pai, Ele jamais consentirá algo que nos destrua e nos faça infelizes. Não há nenhum pecado que faça bem. Eu nunca vi. Sei que jamais verei o pecado, por si só, gerar verdadeiros benefícios.
O pecado tem a força de destruir o homem
Deus se ofende com o pecado, principalmente, porque este mata o homem, destrói aquele que Deus mais ama.
O Apocalipse narra: “alegrai-vos, ó céus, e todos os que aí habitais. Mas ó terra e mar, cuidado! Porque o demônio desceu para vós, cheio de grande ira, sabendo que pouco tempo lhe resta” (Ap 12,12). Não podendo nada contra Deus, o diabo O ofende em Suas criaturas. Quer atingi-Lo pelo Seu amor.
O que será mais doloroso: machucarem-nos ou machucarem nosso filho ou a nossa mãe, por exemplo? Eu penso que a dor assume proporções gigantescas quando o mal se abate sobre aqueles que amamos. Que sofrimento Deus padece pelo amor que tem por nós! Diz a Sagrada Escritura que o coração de Deus se revolve, que o Senhor se comove, estremece de dó e compaixão pelos Seus filhos que O abandonam seduzidos pelo diabo (cf. Os 11,8c).
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Quais são as artimanhas do inimigo?
Há mais um medo pelo qual o inimigo nos seduz: o medo de perder a nossa liberdade. Tentamos garanti-la defendendo-a de Deus, defendendo-a d’Aquele que nos deu toda a liberdade. Como se Ele no-la quisesse tirar.
No íntimo do nosso coração, sopra uma vozinha dizendo: “Deus não vai me deixar fazer isso ou aquilo!”; “Olha que Deus está te vendo!”. Pergunto-me se será mesmo só a voz da consciência.
Deus ama, e quem ama liberta. Porque nos ama, Ele nos respeita. Precisamos defender a nossa liberdade sempre, mas não de Deus, e sim do violador, do príncipe deste mundo que mantém as pessoas prisioneiras pelos seus vícios: álcool, fumo, drogas, jogos, promiscuidade, mentira e uma infinidade de outros que só trazem como salário a morte – primeiro da alma e depois do corpo. Mas, pela oração, podemos desarmar todas as ciladas do demônio.
(Trecho extraído do livro “Quando só Deus é a resposta” do Márcio Mendes)