O coração é o símbolo universal do amor. Ele é usado, com muita frequência, por quem deseja exprimir seu amor por uma pessoa, por uma cidade, por um time de futebol etc. Por exemplo: “Eu (coração) o Brasil. Eu (coração) o Francis. Eu (coração) ir ao povo…” Compreende-se, logo, o significado: “Eu amo o Brasil. Eu amo o Francis. Eu amo ir ao povo”.
O coração é o símbolo do amor! Quando dizemos “Coração de Jesus”, queremos exprimir todo o amor de Jesus Cristo ressuscitado por Seu Pai, por Seu Espírito Santo, por Seus pais – Maria e José –, por Sua Igreja, por todos os seres humanos, por você e por todos os seus familiares, por mim e minha família, por todos nós. Jesus é uma pessoa que só soube e só sabe fazer uma coisa: amar. Tudo quanto Jesus pensou e pensa, falou e fala, realizou e realiza, quis e quer, tudo brota e jorra do Seu coração, ou seja, do Seu amor. Jesus não sabe fazer outra coisa senão amar.
Para Maria não havia barreiras ao amor
Da mesma forma, quando dizemos “Coração de Maria”, entendemos o amor que sempre impulsionou a vida da Mãe de Jesus. Em Maria, o coração é o símbolo de todo seu amor pelo Pai celeste, por Seu Filho, pelo Espírito Santo, por São José, pela Igreja e por todos os seres humanos. Preservada do pecado das origens e cheia da graça divina, Maria foi a pessoa humana com a maior capacidade natural e sobrenatural de amar. Por ser imaculada, nela não havia barreiras ao amor. Cheia de graça, nela havia a força da perfeição da caridade, ou seja, a perfeição do amor.
Podemos intuir, admirar, contemplar e encantar-nos com a profundidade, a perfeição, a dimensão, a gratuidade e a comunicação-comunhão de amor existentes entre os corações de Jesus e de Maria. Incluindo, necessariamente, nessa intuição, o amor afetivo intenso e permanente que foi vivenciado por eles durante sua vida terrena!
Maria é todinha do Coração de Jesus. E Jesus é todinho do Coração de Maria. O lugar principal, ou seja, o altar principal no coração de Maria é ocupado por Jesus. E Maria ocupa, no coração de seu Filho, um lugar imediatamente abaixo do lugar do Pai e do Espírito Santo. Jamais outro Filho com Sua mãe souberam amar-se tão abrangentemente, como o souberam – e sabem – Jesus e Maria.
Dois corações inseparáveis, indivisíveis
O Coração de Jesus escolheu e preparou para si Sua Mãe, a mais perfeita e bela no espírito, no psíquico e no físico. Para entendê-lo, basta dizer que foi preservada do pecado original e cheia de graças divinas, em função de sua maternidade, e pelos méritos futuros de seu próprio Filho. Por sua vez, o Coração de Maria, por ser Mãe sem deficiências, pelo fato de ser imaculada e por ser perfeita no amor, por ser cheia de graças, amou e ama com amor perfeito e irretocável seu Filho, acolhendo-O generosamente, entregando-se inteiramente para servir-Lhe como Mãe, colaborando de forma perfeita com Ele, em Sua missão salvífica.
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Estes dois corações: o Sagrado Coração de Jesus e o Imaculado Coração de Maria se tornaram inseparáveis, indivisíveis. Quem penetra no amor desses corações percebe, de imediato, que aquilo que Maria mais quer é que seu Filho seja conhecido, acolhido, correspondido no amor, obedecido e seguido, a fim de que Ele possa salvar os que n’Ele creem; e que aquilo que Jesus muito quer é que Sua Mãe seja conhecida, acolhida e correspondida em seu amor materno. Prova é que, crucificado, em dores inimagináveis, Jesus não se esqueceu de nos dar em testamento, como herança, Sua própria Mãe, para ser também nossa Mãe: “Mulher, eis aí teu filho! Filho eis aí tua mãe!” (cf. Jo 19,25-27)
Sagrado Coração de Jesus, ensinai-nos a ser filhos amorosos de Vossa e nossa Mãe! Imaculado Coração de Maria, ensinai-nos a corresponder ao amor de vosso Filho Jesus.
Padre Alírio Pedrini, SCJ