A sétima carta é dirigida à comunidade cristã de Laodiceia (Apocalipse 3,14-22)
Eis o texto a seguir: “14. Ao anjo da igreja de Laodiceia, escreve: Eis o que diz o Amém, a Testemunha fiel e verdadeira, o Princípio da criação de Deus. 15. Conheço as tuas obras: não és nem frio nem quente. Oxalá fosses frio ou quente! 16. Mas, como és morno, nem frio nem quente, vou vomitar-te. 17. Pois dizes: Sou rico, faço bons negócios, de nada necessito – e não sabes que és infeliz, miserável, pobre, cego e nu. 18. Aconselho-te que compres de mim ouro provado ao fogo, para ficares rico; roupas alvas para te vestires, a fim de que não apareça a vergonha de tua nudez; e um colírio para ungir os olhos, de modo que possas ver claro.
19. Eu repreendo e castigo aqueles que amo. Reanima, pois, o teu zelo e arrepende-te. 20. Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e me abrir a porta, entrarei em sua casa e cearemos, eu com ele e ele comigo. 21. Ao vencedor concederei assentar-se comigo no meu trono, assim como eu venci e me assentei com meu Pai no seu trono. 22. Quem tiver ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. O problema da Igreja de Laodiceia é o da mornidão religiosa. Trata-se da única carta na qual aparece apenas a repreensão.”
Laodiceia era um rico centro comercial e se relacionava com muitas cidades do Império Romano. Além disso, era famosa pelos seus banhos termais, pois das fontes brotavam águas quentes que eram saudáveis para muitas pessoas. Mas uma mentalidade materialista e uma autossuficiência errada constituíam o aspecto negativo dessa riqueza e desse interesse pelo bem-estar apenas físico. No ano 60, a cidade tinha sido destruída por um terremoto. Quando o imperador Nero ofereceu ajuda, esta soberba cidade não a aceitou, declarando que não necessitava disso. No Apocalipse, há várias alusões a esses fatos.
Cristo é o Amém
Cristo é o Amém, e esta mensagem é a última: é o Amém lógico de tudo o que foi escrito até agora. Ele é a Testemunha fiel e verdadeira”, enquanto aos cristãos de Laodiceia faltam exatamente a fidelidade e o testemunho da verdade. Cristo é “O Princípio da criação de Deus”, e isso significa que, no plano de Deus, toda a criação se refere a Ele. Por isso, os cristãos de Laodiceia não devem preferir ou considerar qualquer outra coisa importante. A mediocridade dos cristãos é contrária ao Senhor, como água morna, que serve para tomar banho, mas que não pode ser bebida. Os cristãos estão iludidos, pois acreditam serem ricos interiormente e não necessitar da graça de Deus. Na realidade, ele são pobres, cegos e nus.
Para vencer essa pobreza interior, eles podem comprar do mesmo Cristo o verdadeiro ouro da Sua Palavra, diferente do ouro falso dos bancos e dos negócios. Contra a nudez do espírito, Ele oferece “roupas alvas”, a saber, aquelas da alegria e do triunfo, diferentes das roupas de lã preta que eram utilizadas em Laodiceia. Contra a própria cegueira, os cristãos podem comprar de Jesus o “colírio”, através da acolhida da Sua Palavra: de fato Ele é a “Testemunha fiel e verdadeira”, que pode abrir os olhos para um julgamento verdadeiro. Esse colírio especial não pode ser comparado, de jeito nenhum, com os unguentos dos farmacêuticos de Laodiceia.
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Apelo à vitória
Esse aviso de Cristo torna-se grave. “Ele repreende e castiga aqueles que ama”. Os cristãos aguardam o julgamento de Cristo, mas não chegou ainda a hora. Na espera, Ele “está à porta e bate” (Marcos 13,29). Ele quer celebrar o celeste convite do banquete do Reino de Deus” (Lucas 14,15). E assim esta mensagem, aliás, todas as sete mensagens, terminam com o apelo à vitória e com a promessa aos “vencedores”. Jesus glorificado “venceu e se assentou com o Pai no seu trono”. Nenhuma promessa é maior do que a participação no poder e na glória de Deus.