Quando eu era criança, minha irmã falava de uma amiga portuguesa. O nome dela era Conceição. Era Conceição pra cá, Conceição pra lá… Minha irmã era realmente muito amiga da tal Conceição.
Semanalmente, trocavam cartas, bilhetes, informações, ti-ti-tis e até novidades. Naquela época, o telefonema para a Europa dependia de complicadas tramitações via telefonista. Era um tal de esperar a empresa de telefonia! Parecia até que tinha uma caravela voltando ao Velho Continente esticando um fio de telefone só para nós.
Bem, eu, sinceramente, achava um exagero de amizade, que classificava interiormente de chatice-poética-aborrecente. Mas não tinha jeito! Lá vinha a minha irmã falar da Conceição de Portugal. E eu a desprezava, não a acolhia em sua empolgação e acreditava que essa amizade estava fadada a esfriar, não daria em nada.
Saber viver esperando
Aconteceu, então, o que considerei o maior absurdo! A Conceição mandou avisar que, um dia, voltaria. Não sabia quando, mas, se Deus quisesse, estaria a cá.
A referida amizade de minha irmã com a luso-adolescente nasceu na escola. Elas fizeram o Normal (Magistério) juntas. Era o Instituto de Educação, na Tijuca, um bairro do Rio de Janeiro (saudações rubro-negras!). A Tijuca, além de flamenguistas, tem uma forte colônia portuguesa (vascaína).
E aí, o maior dos absurdos: prepararam uma festa, minha irmã e suas amigas, sem saber a data! Uma festa no melhor estilo bomba-relógio. A qualquer momento, em qualquer lugar, para a Conceição que vai chegar.
Salgadinhos congelados, refrigerantes guardados na garagem, enfeites em cima do armário.
Meu pai estava do meu lado. Ele também era contra essa euforia. “Dinheiro desperdiçado”, dizia ele.
Numa quinta-feira chuvosa (típico dia em que nunca acontece nada), eu estava no meu quarto, distraído, de pijamão, descabelado e quase dormindo, quando ouvi um barulho distante. Parecia que meu pai estava vendo uma comédia na sala… Fui para lá. Queria também uma dose de diversão.
E aí… TCHAN, TCHAN, TCHAN, TCHAAANNN!!!!
Ele vai voltar!
Lá estava minha irmã com uma moça linda, elegante, de sorriso farto, na sala, na maior festa. Ela (a moça bonita) encaminhou-se em minha direção e me acolheu com grande atenção, logo falando: “Você deve ser o Paulo. Nossa, sua irmã sempre me falou muito de você!”.
Eu queria morrer de vergonha! Lá estava a Conceição… E eu distraído, de pijamão, descabelado e quase dormindo! E nem tinha escovado os dentes.
SOCORRO! QUE MICO!!
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Pois é… E no Advento ainda dizem que os cristãos estão exagerando neste negócio de que Jesus vai voltar!
O Senhor não tarda a cumprir Sua promessa, como alguns interpretam a demora. É que Ele está usando de paciência para conosco, pois não deseja que ninguém se perca. Ao contrário, quer que todos se convertam.
O Dia do Senhor chegará!