Prática da virtude da mansidão

As crises do homem moderno e a vivência católica

Passe por essa crise do homem moderno, mas seguindo os ensinamentos cristãos

Há muitas semanas, estamos tratando sobre a crise do homem moderno, dando alguns elementos de como corrigir um pouco dessa crise em nós mesmos.

Focamos nas virtudes cardeais e fizemos um lindo caminho que se encerra hoje.

Começamos a falar da virtude da mansidão semana passada. Agora, vamos complementar um pouquinho mais.

As crises do homem moderno e a vivência católica

Foto Ilustrativa: Daniel Mafra/cancaonova.com

Reflita sobre a virtude da mansidão

No início, praticamos a mansidão ao combatermos a cólera e o desejo da vingança, bem como todos os movimentos apaixonados da alma.

O próximo passo, depois de já ter conseguido superar as primeiras paixões, é procurar atrair para si a mansidão de Jesus Cristo, essa que Ele nos ensina por palavras e exemplos. Ele prega o Evangelho com paz e serenidade, Ele não acabará de quebrar a cana rachada nem extinguirá a mecha que ainda fumega. Para com os apóstolos, Seu procedimento é cheio de doçura, suportando os seus defeitos, ignorâncias e rudezas; revela-lhes a verdade senão gradualmente, deixando o Espírito completar a obra. Defende-se frente aos fariseus e os repreende quando faltam com amor às crianças, ou quando Seus apóstolos querem que desça fogo do céu. Pede a simplicidade das pombas, e que sejamos como cordeiros que vão ao matadouro.

Jesus perdoa os pecadores ao menor sinal de arrependimento. Até aos inimigos se estende a sua mansidão: Judas, que ainda recebe o nome de amigo, e aos que O condenam suplicando o perdão.

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Para imitar Nosso Senhor Jesus Cristo, evitaremos disputas, gritos, palavras ou ações injuriosas ou ásperas, para não afugentarmos os tímidos. Nunca devemos pagar o mal com o mal nem agir na cólera; devemos nos calar quando estivermos irados.

Procuraremos, ao contrário, tratar com delicadeza todos os que de nós se aproximam; conservar para com todos semblante alegre e afável, ainda quando nos cansam e enfadem, acolher com particular bondade os pobres, os aflitos, os doentes, os pecadores, os tímidos e as crianças; adoçar com palavras meigas as repreensões que somos obrigados a dar; restar serviço com santa solicitude, fazendo até algumas vezes mais do que se pede, e, sobretudo fazendo-o com a maior delicadeza.

Vamos aprender a viver as virtudes cardeais

Terminamos aqui a exposição das virtudes cardeais.

a) Elas disciplinam, abrandam e aperfeiçoam todas as nossas faculdades, submetendo-as o império da razão e da vontade. Assim se restabelece pouco a pouco em nossa alma a ordem primitiva, a submissão do corpo à alma, das faculdades inferiores à vontade.

b) Fazem ainda mais: não somente suprimem os obstáculos à união divina, senão que já começam essa união, porque a prudência que adquirimos é já uma participação da sabedoria de Deus; a nossa justiça, uma participação da sua justiça; a nossa fortaleza vem de Deus e une-nos a Ele; a nossa temperança faz-nos participar do belo equilíbrio da harmonia que nele existe. Quando obedecemos aos nossos Superiores, é a Ele que obedecemos; a castidade não é senão um meio de nos aproximarmos da sua pureza perfeita; se a humildade faz o vácuo em nossa alma, é para a encher de Deus; e a mansidão não é senão uma participação da doçura do mesmo Deus.

Conteúdo baseado no livro COMPÊNDIO DE TEOLOGIA ASCÉTICA E MÍSTICA – Autor Adolf Tanquerey