A devoção a São João Batista é muito antiga na Igreja. Ao longo dos séculos, a devoção a este santo foi se solidificando e crescendo. São João Batista é também chamado de o Precursor do Salvador, aquele que, antes de Jesus, veio anunciar e preparar a vinda do Messias, pregando um batismo de conversão.
Maria, após receber o anúncio do anjo, parte às pressas da cidade de Nazaré para a cidade da Judeia chamada de Ein-keren para ajudar sua prima. Ao chegar na casa de Izabel, o Evangelho de Lucas nos relata que, ao ouvir a saudação de Maria, Izabel ficou cheia do Espírito Santo, e João dançou de alegria no ventre da mãe. Como nos explica tão bem o texto original, o verbo usado para exultar é dançar, ou seja, poucas vezes, na Sagrada Escritura, apresenta-se o verbo dançar, e uma dessas vezes é quando Davi, exultando de alegria, dançou na presença de Deus diante da arca da aliança.
João, no ventre de Izabel, dança de júbilo, reconhecendo em Maria a nova arca que traz em si não as tábuas da lei, mas a própria Lei feito carne. A missão de João Batista está intimamente unida à missão de Cristo.
Santo Agostinho nos ensina que “João Batista é a voz, mas Cristo é a Palavra desde o princípio. João era uma voz passageira; Cristo era, desde o princípio, a Palavra eterna. A voz precisa da Palavra para entrar no coração”. João é a voz que anuncia Cristo, a própria Palavra eterna.
Celebração da natividade de São João Batista
Desde o ventre da mãe, João ficou cheio do Espírito Santo. Ele é o único santo cujo nascimento e morte são celebrados durante o ano litúrgico, respectivamente dias 24 de junho e 29 de agosto. Só de Jesus, Maria e São João Batista celebramos a natividade.
João é primo de Jesus como sabemos, concebido por Zacarias e Isabel quando já eram idosos, ambos descendentes de famílias sacerdotais. O seu nascimento é colocado cerca de seis meses antes do de Cristo, de acordo com o episódio evangélico da Visitação de Maria a Isabel, enquanto que a data da morte ocorreu, provavelmente, entre os anos 31 e 32. A devoção a ele remonta à dedicação de uma pequena basílica no século V no local do seu sepulcro.
A Sagrada Escritura nos mostra que, depois da juventude, João retirou-se em uma vida ascética no deserto. Andava com vestes de pele de camelo e se alimentava apenas de gafanhotos e mel silvestre. Perto do ano 28-29, durante o império de Tibério, iniciou sua vida pública e sua pregação, deslocando-se para as margens do rio Jordão e convidando o povo à conversão e à mudança de vida. Começam a chamá-lo de Messias, mas ele adverte: O Messias já está entre eles; e enquanto que ele, João, batiza com a água, Ele batizará com o Espírito Santo e fogo. João é apenas o precursor de alguém que ele considera muito superior a si, a ponto de ele mesmo dizer que não é digno nem de desamarrar Suas sandálias.
O primeiro apóstolo de Jesus
Um dia este alguém, que ele anunciava, Jesus de Nazaré, apresenta-se a ele no Jordão para ser batizado. Inicialmente, João recusa, mas depois obedece, porque ele, além de ser o último grande profeta do Antigo Testamento, é o primeiro apóstolo de Jesus que O seguirá até a morte, prefigurando com o próprio sofrimento e o próprio martírio, a Paixão de Jesus. Por causa da verdade, João Batista irá perder a vida, ou, ao contrário, ele a ganhará, pois pela verdade ninguém perde a vida, mas a ganha plenamente. Por falar a verdade e denunciar as coisas erradas que via na época, João foi degolado. A verdade sempre incomodou aqueles que seguem a mentira.
No Evangelho de São Lucas 7, 28, Jesus diz que entre os nascidos de mulher ninguém foi maior que João Batista. O próprio Jesus engrandece e nos mostra a importância desse grande profeta.
Papa Bento XVI, em uma homilia, diz-nos da coragem de João em dar a própria vida pelo Reino de Deus. Prossegue o Papa: “Celebrar… São João Batista recorda-nos também a nós cristãos deste nosso tempo que não se pode ceder a exceções com o amor a Cristo, a sua Palavra e à Verdade. A Verdade é Verdade, não existem exceções. A vida cristã exige, por assim dizer, o “martírio” da fidelidade cotidiana ao Evangelho, ou seja, a coragem de deixar que Cristo cresça em nós e que seja Cristo quem orienta o nosso pensamento e as nossas ações. Mas isso só se verifica na nossa vida se a nossa relação com Deus for sólida. A oração não é tempo perdido, não é roubar espaço às atividades, inclusive às obras apostólicas, mas é precisamente o contrário: se formos capazes de ter uma vida de oração fiel, constante e confiante, o próprio Deus dar-nos-á a capacidade e a força para vivermos de modo feliz e tranquilo para superarmos as dificuldades e testemunhá-Lo com coragem.”
Siga o exemplo de coragem de São João Batista
Só quem é corajoso é capaz de anunciar a Palavra de Deus com sua vida e com suas atitudes. João foi escolhido por Deus para anunciar “um outro”, anunciar o Messias esperado pelo povo de Israel. Sabemos muito pouco sobre a vida de São João Batista, mas o pouco que sabemos é de uma riqueza grandiosa.
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Que o Grande São João Batista interceda por nós, para que sejamos autênticos anunciadores do Evangelho, verdadeiros discípulos de Jesus Cristo.