Eixos fundamentais

Os sete sacramentos da Igreja

Os sete sacramentos da Igreja expressam os sete eixos fundamentais de nossa existência. Na Igreja Católica Apostólica Romana, encontra-se em plenitude todos os sacramentos. Eles acompanham a vida do fiel desde o nascimento até a sua Páscoa.

O Batismo

Celebra o nascimento, a entrada na comunidade da Igreja e incorpora-nos a Jesus Cristo. Faz-nos seus irmãos e filhos do Pai, perdoa-nos os pecados e dá força para a luta contra o mal. No Batismo, a Igreja nos chama a seguir os passos de Jesus (como servos) dentro da comunidade para que possamos lutar juntos contra o pecado.

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Foto Ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Quando a criança nasce, ela entra numa sociedade de homens, onde o pecado é como que ‘institucionalizado’. Um mundo de ódio, corrupção, guerras, concorrência, materialismo, consumo, injustiças. O mal a rodeia, quer influenciar e arrastar essa criança, assim como a água violenta do rio arrasta suas vítimas. Este mal no mundo causado pelo pecado chama-se pecado original.

A criança ainda não tem condições de dizer: “Quero renunciar às forças do mal, quero seguir os passos de Cristo”. Seus pais e padrinhos dizem isso por ela e, assim, assumem a obrigação de ajudar a criança a vencer o mal e de mostrar-lhe o caminho do bem.

A Eucaristia

Um ato de louvor e de agradecimento ao Pai pelos benefícios recebidos em Cristo: comemoração, recordação eficaz do sacrifício da Nova Aliança.

É uma refeição viva de Cristo para a caminhada e para a celebração do encontro de irmãos, sendo sinal do Reino que deve ser anunciado e construído.

O banquete Eucarístico antecipa-nos a alegria do Reino, a união, a paz com Deus e com os irmãos, a fraternidade e a partilha. Ao dizer que é o Pão da Vida, Jesus nos comunica também que é necessário assimilarmos o Cristo em nossa vida, fazer nosso o Seu programa de vida: doação aos irmãos, ou seja, morrermos com Cristo para podermos ressuscitar com Ele.

Em um outro âmbito, faz-se necessário destacarmos que, ao celebrar a Última Ceia, Jesus quis imprimir um sentido todo especial, uma vez que estava despedindo-se do mundo como homem encarnado, mas permaneceria com os discípulos na fé e no amor. Ele disse: “Fazei isto em memória de mim”.

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A Crisma

O Sacramento da Crisma celebra o “tornar-nos adultos” e acentua a ação do Espírito Santo, porque só conseguiremos ser verdadeiros cristãos se a força do Espírito Santo estiver em nós. Tornando-nos mais adultos, e tornando-nos também mais responsáveis.

E assim acontece na família: os filhos adultos contribuem para a vida familiar, harmoniosa; eles, enquanto adultos, podem assumir maiores compromissos. E desse modo é também na Igreja: os membros adultos assumem compromisso com a comunidade; as promessas do Batismo, compromissos assumidos pelos pais e padrinhos, são confirmadas por ocasião da Crisma, e passam a ser compromissos do cristão já adulto.

O dom do Espírito Santo não deve jamais ser estático, mas sim dinâmico. Assim, note-se bem que o papel do crismado deve ser de um membro da Igreja comprometido com a comunidade; deve ser uma verdadeira testemunha de Cristo no meio onde vive: na família, no trabalho, no mundo, colocando-se a serviço do Reino.

A Penitência

Sacramento que possibilita a volta para a comunidade que prejudicamos quando cometemos pecados.

Num primeiro momento, assumimos perante nós mesmos que cometemos alguma falta, reconhecemos que estamos arrependidos e dispostos a tentar não pecar mais. Sequencialmente, assumimos essa falta perante Deus; e com a confissão somos absolvidos de nossos pecados por meio das autoridades do clero.

O jejum, a oração e a esmola são formas usuais de penitência, mas que podem perder totalmente o sentido se não estiverem vinculadas a um ato de contrição (arrependimento) verdadeiro.

A penitência nos permite uma reconciliação com Deus e com a Igreja, além de trazer-nos a paz e a serenidade da consciência e a consolação espiritual.

A Unção dos Enfermos

A presença da comunidade na hora da doença, mais do que um rito, é algo que demonstra a união comunitária que Jesus almejava e tanto pregou. Através da oração, cheia de fé e confiança, pede-se ao Pai pelo doente nesta hora tão difícil.

A graça especial do sacramento da Unção dos Enfermos tem como efeitos:

  • A união do doente com a Paixão de Cristo, para seu bem e o bem de toda a Igreja;
  • O reconforto, a paz e a coragem para suportar cristãmente os sofrimentos da doença ou velhice;
  • O perdão dos pecados, se o doente não puder obtê-lo com o elo do sacramento da Penitência;
  • O restabelecimento da saúde, se isso convier à salvação espiritual;
  • A preparação para a passagem à vida eterna.

A Ordem

Toda a Igreja é um povo sacerdotal. Graças ao Batismo, os fiéis participam do sacerdócio de Cristo. Essa participação chama-se “sacerdócio de Cristo”; sacerdócio comum aos fiéis.

Baseado nele e ao seu serviço, existe outra participação na missão de Cristo. Trata-se do ministério conferido pelo sacramento da Ordem, cuja tarefa é servir em nome e na pessoa de Cristo, no meio da comunidade.

O sacerdócio ministerial difere essencialmente do sacerdócio comum dos fiéis, porque confere um poder sagrado para o serviço dos fiéis. Os ministros ordenados exercem seu serviço junto ao povo de Deus através do ensinamento do culto divino e do governo pastoral.

Desde as origens, o ministério ordenado foi conferido e exercido em três graus: o dos Bispos, o dos Presbíteros e o dos Diáconos. A Igreja só confere o sacramento da ordem aos homens batizados, cujas aptidões para o exercício do ministério foram devidamente comprovadas. Cabe à autoridade da Igreja, a responsabilidade e o direito de chamar alguém para receber as Sagradas Ordens.

O Matrimônio

A ação salvadora de Cristo está presente em todos os momentos de vida: ao nascer e crescer; na doença e na morte; está presente quando duas pessoas se amam e querem unir-se pelo casamento. O amor que nasceu, cresceu e amadureceu é abençoado e confirmado pelo sacramento do Matrimônio. Duas pessoas comprometem-se a amarem-se mutuamente e em fidelidade para a vida toda.

Esse amor será fecundo e novos seres serão acrescentados à sociedade humana e à comunidade da Igreja.

Sendo o Matrimônio um ato que traz grandes consequências para a comunidade, é concluído publicamente diante do sacerdote, das testemunhas e da assembleia dos fiéis.

São muitas as dificuldades que as famílias encontram hoje em dia. Assim, os casais precisam da graça do sacramento do Matrimônio para resistir unidos. E, nesse sentido, a comunidade cristã é um grande apoio na luta contra os problemas que surgem.

Equipe de colunistas  do formação Canção Nova