Catequese

Os sacramentos são fontes de bênçãos para nossa vida

Façamos uma reflexão sobre a importância dos sacramentos na nossa vida

Toda bênção é louvor de Deus e pedido para obtermos seus dons. Em Cristo, os cristãos são abençoados por Deus, o Pai “de toda a sorte de bênçãos espirituais” (Ef 1,3).

Esse trecho da Carta de São Paulo nos anima a observamos a importância dos sacramentais na nossa vida. Eles têm grande valor de santificação e consagração, pois Deus derrama sobre o homem sua bênção. O Senhor quer nos abençoar por intermédio da Igreja, quer abençoar nossa casa, nossos objetos, pois onde existe a bênção de Deus o diabo não pode tocar.

Os-sacramentos-são-fontes-de-bênção-para-a-nossa-vidaFoto: Wesley Almeida/cancaonova.com

Compreenda os sacramentos

Primeiramente, vamos entender o significado dos sacramentais:

“A santa mãe Igreja instituiu os sacramentais, que são sinais sagrados pelos quais, à imitação dos sacramentos, são significados efeitos, principalmente espirituais, obtidos pela impetração da Igreja. Pelos sacramentais, os homens se dispõem a receber o efeito principal dos sacramentos e são santificadas as diversas circunstâncias da vida” (Catecismo da Igreja Católica – CIC § 1667).

Os sacramentais não conferem a graça em si, à maneira dos sacramentos, mas são caminhos que conduzem a ela, ajudando a santificar as diferentes circunstâncias da vida. Eles despertam nos cristãos sentimentos de amor e fé.

Resgatando o sentido da bênção

“Os sacramentais não conferem a graça do Espírito Santo à maneira dos sacramentos, mas, pela oração da Igreja, preparam para receber a graça e dispõem à cooperação com ela. “Para os fiéis bem dispostos, quase todo acontecimento é santificado pela graça divina que flui do mistério pascal da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo, do qual todos os sacramentos e sacramentais adquirem sua eficácia. E quase não há uso honesto de coisas materiais que não possa ser dirigido à finalidade de santificar o homem e louvar a Deus” (CIC §1670).

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Nós precisamos estar revestidos, a todo momento, da graça santificadora que nos vem por meio dos sacramentais. Precisamos resgatar, em nossa vida, o verdadeiro sentido da bênção, pois com ela somos revestidos por Deus contra os ataques de satanás. O diabo não quer que sejamos portadores dela [bênção] nem que a recebamos.

Todos nós podemos ser portadores da bênção do Senhor, nossa vida precisa ser transformada em bênçãos, as quais devem ser transmitidas para as pessoas que estão ao nosso derredor. “(…) todo batizado é chamado a ser uma bênção e abençoar. Eis por que os leigos podem presidir certas bênçãos; quanto mais uma bênção se referir à vida eclesial e sacramental, tanto mais sua presidência deve ser reservada ao ministério ordenado (bispo, presbíteros – padres – ou diáconos)” (CIC § 1669).

O alcance das bênçãos

Contudo, precisamos diferenciar no que se refere a bênção conferida pela Igreja, que tem efeito duradouro e o efeito sobre objetos ou lugares. “Certas bênçãos têm um alcance duradouro: têm por efeito consagrar pessoas a Deus e reservar para o uso litúrgico objetos e lugares. Entre as destinadas às pessoas, não as confundir com a ordenação sacramental – figuram a bênção do abade ou da abadessa de um mosteiro, a consagração das virgens e das viúvas, o rito da profissão religiosa e as bênçãos para certos ministérios da Igreja (leitores, acólitos, catequistas etc.). Como exemplos daquelas que se referem a objetos, podemos citar a dedicação ou a bênção de uma igreja ou altar, a bênção dos santos óleos, de vasos e vestes sacras, de sinos etc” (CIC § 1672). Os objetos são, por exemplo, artigos de devoção consagrados pela Igreja: velas, palmas, crucifixos, medalhas, terços, escapulários, imagens do Senhor, da Virgem e dos santos.

Também o exorcismo é uma forma de sacramental conferido por uma autoridade constituída pela Igreja usado em caso de possessão diabólica. “Quando a Igreja exige publicamente e com autoridade, em nome de Jesus Cristo, que uma pessoa ou objeto seja protegido contra a influência do maligno e subtraído a seu domínio, fala-se de exorcismo. Jesus o praticou, é dele que a Igreja recebeu o poder e o encargo de exorcizar. Sob uma forma simples, o exorcismo é praticado durante a celebração do batismo. O exorcismo solene, chamado ‘grande exorcismo’, só pode ser praticado por um sacerdote, com a permissão do bispo. Nele é necessário proceder com prudência, observando estritamente as regras estabelecidas pela Igreja. O exorcismo visa expulsar os demônios ou livrar da influência demoníaca, e isso pela autoridade espiritual que Jesus confiou à Sua Igreja. Bem diferente é o caso de doenças, sobretudo psíquicas, cujo tratamento depende da ciência médica. É importante, pois, verificar, antes de celebrar o exorcismo, se se trata de uma presença do maligno ou de uma doença” (CIC § 1673).

Os sacramentais são expressos também por uma grande devoção popular, um sentido religioso da piedade cristã que acompanha a vida sacramental da Igreja, como a veneração das relíquias, as visitas aos santuários, as peregrinações, as procissões, a «via-sacra», o Rosário. As formas autênticas de piedade popular são favorecidas e iluminadas pela luz da fé da Igreja. “Sim, Senhor, a salvação vem de vós. Desça a vossa bênção sobre vosso povo” (Sl 3,9).

Fonte: formacao.cancaonova.com