Eis o texto a seguir: “1. Ao anjo da igreja de Sardes, escreve: Eis o que diz aquele que tem os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas. Conheço as tuas obras: és considerado vivo, mas estás morto. 2. Sê vigilante e consolida o resto que ia morrer, pois não achei tuas obras perfeitas diante de meu Deus. 3. Lembra-te de como recebeste e ouviste a doutrina. Observa-a e arrepende-te. Se não vigiares, virei a ti como um ladrão, e não saberás a que horas te surpreenderei.
4.Todavia, tens em Sardes algumas pessoas que não contaminaram suas vestes; andarão comigo vestidas de branco, porque o merecem. 5. O vencedor será assim revestido de vestes brancas. Jamais apagarei o seu nome do livro da vida, e o proclamarei diante do meu Pai e dos seus anjos. 6. Quem tiver ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas”.
A quinta carta é dirigida à comunidade cristã de Sardes (Apocalipse 3,1-6)
O problema da Igreja de Sardes é o da decadência moral. Essa cidade, no passado, tinha sido a capital do reino da Lídia, no tempo do Rei Creso (6º século antes de Cristo), e vivia na lembrança dessa época politicamente gloriosa. Mesmo assim, por duas vezes, tinha sido tomada de surpresa pelos exércitos inimigos. E a decadência política levava aquela comunidade cristã para o perigo de uma decadência moral e religiosa.
Por isso, a mensagem é um grito para despertar. Cristo é “aquele que tem os sete Espíritos de Deus”. O Espírito, pois, com seus dons, “procede do Pai e do Filho”, como proclama o Credo. Por isso, “as sete estrelas”, quer dizer as sete Igrejas da Ásia Menor, são propriedade de Cristo “que as tem”; e podem permanecer com vida só por obra do Espírito do Pai e do Cristo.
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Sonolência religiosa
A Igreja de Sardes não tem consciência do seu estado de sonolência religiosa. Ela pensa estar cheia de vida, mas, interiormente, caiu na morte espiritual. Por isso, recebe o aviso para despertar. E se não despertar, vai chegar o Cristo Juiz, “como um ladrão” que aparece de noite numa hora imprevista, da mesma forma que no passado os inimigos oriundos da Pérsia assaltaram a cidade de Sardes durante a noite. Esta comunidade, pois, precisa pensar no julgamento de Cristo para despertar do seu sono.
Os bons cristãos que “não contaminaram suas vestes”, quer dizer, não se deixaram levar pela decadência moral, serão “revestidos de vestes brancas”. Isso lembrava a lã de cor branca tecida em Sardes. Mas, no Apocalipse, as “vestes brancas” simbolizam a vitória com Cristo. Aquele, pois, que permanecer fiel, sem se deixar levar pela moda pagã presente em todos os tempos, mas permanecer fiel a Cristo, será, por sua vez, reconhecido por Jesus diante do Pai e dos seus anjos.