Quer namorar comigo?

Quem se dispõe a cultivar aqueles momentos em que se prolongavam as trocas disfarçadas de olhares? Quem poderia controlar a respiração ofegante ou o coração que parecia bater na garganta, quando se aproximava daquele(a) que o nosso coração nos apontava como o príncipe encantado ou a princesa de nossas vidas? Quem ousaria nos nossos dias, se enchendo de coragem, bater na porta dos pais daquela por quem os olhos brilham?

Hoje, em pleno século XXI, a tecnologia tem privado a muitos de não experimentarem tais emoções. A iinternet nos oferece a possibilidade de encontrar o “par ideal” apenas preenchendo uma ficha cadastral, facilitando o início de um namoro virtual. Para quê trocar olhares, se com os “messengers” podemos escolher através da câmera aquele(a) que melhor se aplica às nossas exigências e expectativas?

Mas ícones animados que saltitam nas telas dos computadores nada podem revelar sobre o sucesso de relacionamentos insólitos que poluem os meios eletrônicos. Poderíamos auxiliar o nosso coração ou acalmar a nossa alma, apenas coincidindo as estatísticas de acertos de uma ficha cadastral?

Namoro é um saudável momento em que nos colocamos a conhecer e a sermos conhecidos. Aprenderemos nessa ocasião a viver as primeiras experiências no abrir mão de alguns conceitos, contestar, reavaliar, em ver as reações do outro diante de situações adversas, de ver o outro nervoso, enfim… Namoro é o nosso estágio de avaliação para confirmar a nossa determinação e nossa vocação em viver o próximo passo junto com a outra pessoa.

“Querer levar vantagem” ou “queimar etapas” não são sábias atitudes.

A proteção aparente e a segurança do anonimato que nos permite os meios eletrônicos não nos concedem a graça de viver a emoção singela de dizer a quem manifestamos um interesse especial: “Quer namorar comigo?”

Deus abençoe você,