O único momento para amar

Nas diversas espiritualidades que têm embelezado a Igreja através dos séculos, muitos foram os modos sugeridos pelo Espírito Santo para ensinar os cristãos a se anular: existem aqueles que se empenham constantemente em renegar a si mesmos, em fazer mortificações até mesmo grandes; existem outros que tendem ao assim chamado “nada”, o nada de todos os apetites (ou seja, os desejos) e assim por diante.

Nós, mesmo considerando o dever da renúncia, devemos seguir um caminho particular: encontrar o nada de nós mesmos, pensando em Deus e na sua Vontade, e no próximo, vivendo em nós as suas aflições, os seus sofrimentos, os seus problemas, as suas alegrias.
Sim, amando.

Se somos sempre amor, no presente, nós, sem que nos apercebamos, somos um nada para nós mesmos.
E porque vivemos o nosso nada, afirmamos com a vida a superioridade de Deus, o fato de Ele ser Tudo.

Ao mesmo tempo, porém, porque somos nada no presente por sermos amor, Deus nos faz imediatamente partícipes de sua vida, e então, por nós mesmos somos “nada” e por causa d’Ele, “tudo”.

E, portanto, assumimos sempre como nossa a Vontade de Deus: aquela que conhecemos e programamos, e a imprevista, que se manifesta dia após dia, hora após hora.
Fazendo assim, não será somente a nossa oração a lhe dizer: “Tu és tudo, eu sou nada”, mas será a nossa própria vida a proclamá-lo.