O Namoro Cristão

Ruskin disse a verdade quando falou que “o homem perde a castidade pela mulher e por ela também a guarda”.

Se o homem guarda a castidade pela mulher, o rapaz precisa saber como enriquecer-se ao lado da mulher e vice-e-versa.

Com um lema, um objetivo — namorar sempre com o intuito de encontrar a esposa (marido), criando, portanto a atitude de procura da pessoa certa desde cedo, sem coerção e sem agonia. Quando se encara o namoro dessa maneira, tudo nele ganha um sentido nobre, um sabor diariamente novo, uma feição “funcional” (em função das exigências do casamento), porque sabota qualquer tentativa de exploração de qualquer das partes. Quem cultiva tal perspectiva do namoro nunca namorará “para passar o tempo”, “para brincar” ou “só porque os outros namoram”.

Assim, duas palavras — espontaneidade e honestidade — abarcam a conduta amorosa dos namorados “funcionais”. As duas exprimem duas atitudes nessa primeira fase da experiência amorosa. Não são duas palavras, mas uma palavra composta; uma palavra.
A espontaneidade faz com que o(a) namorado(a) se comporte como uma pessoa plena, e a honestidade faz com que nunca comprometa a harmonia sexual. Estes conceitos valem tanto para o namoro como para qualquer fase do amor.

O carinho, expressão externa mais comum no namoro honesto e espontâneo, é uma manifestação perfeitamente legítima. A Igreja, defensora intransigente do amor legítimo — defensora portanto da espontaneidade. Amorosa — quer, protege e abençoa as manifestações de carinho. E para que cada um viva a vida que Deus lhe deu, a Igreja ensina que todos têm o direito de manifestar no namoro os carinhos próprios do namoro, como terão direito aos carinhos do noivado e do casamento. Em certo sentido, a Igreja ensina que o direito de carinho e ao carinho nessas diversas fases do amor não é apenas direito, mas dever. A Igreja quer fineza, virtude e sensibilidade no carinho. Manifestando carinho para a(o) namorada(o), deve-se proceder como namorado(a) e não como marido e esposa. Isto é ser autêntico. Quem se acostuma a ser namorado(a) perfeito(a) será mais facilmente marido (esposa) perfeito(a). Ao passo que aquele (aquela) que deseja bancar marido (esposa) antes do tempo muito freqüentemente sente-se saciado(a).E até mesmo cansado(a) quando chega a hora do casamento.

Não raro rapazes perguntam se podem transar com a namorada. A Igreja responde que podem manifestar carinho compatível com a condição de namoro.

Privar-se desse tipo de comportamento durante o namoro é uma maneira segura de robustecer qualidades humanas que garantirão a fidelidade de parte a parte durante ausências, doenças ou impedimentos de qualquer outra ordem, tão freqüentes na vida matrimonial.

Outros sentem que qualquer coisa menor que o amor a todos os homens não é amor. Dizem que quem não ama todos os homens, sinceramente não pode sequer amar uma única pessoa profundamente, já que todos os homens são um. Amar a todos os homens é o mesmo que amar a cada um.

Kierkegaard é um dos principais proponentes dessa idéia. Diz: “É, na verdade, o amor cristão que descobre e sabe que existe o vizinho de cada um e que …é um e a mesma coisa… todo mundo é nosso vizinho. Se não tivéssemos a obrigação de amar, não existiria o conceito de vizinhos. Mas só quando se ama o próprio vizinho é que o egoísmo do amor preferencial extirpado é a igualdade do eterno preservada”.

Dedicando-se à humanidade. Schweitzer, por outro lado, descobre que ela é apenas uma extensão do amor que sentia por cada coisa viva. Amando-se uma única pessoa. Herbert Otto acredita que se adquire força suficiente para assumir a responsabilidade pela comunidade de homens. Não importa a maneira pela qual se enfrenta, sempre se descobre que o amor não é egoísta e exclusivo, mas abnegado e abrangente. O fato é que o mundo ainda considera difícil aceitar verdades universais. Se alguém ama a si próprio, rotulado de egocêntrico.Se ama a si próprio e a uma pequena comunidade, incluindo a esposa e a família em seu amor, a sociedade o chama de amante verdadeiro e elogia-o como um homem sadio. Mas se ama a todos os homens de forma extremamente generosa, em geral é ridicularizado pelos outros como ingênuo, irreal e tolo. A terceira responsabilidade que o amor traz reside na garantia contínua que sempre será direcionada para o crescimento, pessoal e das pessoas a quem se ama.

Antoine de Saint-Exupéry definiu o amor como “o processo de eu levá-lo de volta a você mesmo”. Nessa afirmação confirma sua fé na capacidade do homem em guiar outro para o amor. Sugere um crescimento do amor.

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