Namorar ou ficar?

A adolescência juventude são fases maravilhosas, cheias de descobertas e encantos e em meio a esse mundo novo que se descortina aos nossos olhos estão os relacionamentos, entre eles o relacionamento homem/mulher.

No garoto há a necessidade de descobrir o universo feminino e na menina também há a necessidade de conhecer o universo masculino. Surge então o primeiro interesse em aproximar-se do sexo oposto, pois também há no homem outra dimensão: a de ser metade e sentir o desejo de completar-se.

O mundo ferido pelo pecado e o homem com sua afetividade também ferida pelo pecado desvirtuou as coisas e teve a sua pureza e castidade perdidas, somente recuperadas em Cristo Jesus.

O homem sem Jesus, sem conhecer o amor do Pai, vive imerso no pecado, mesmo já remido. E a afetividade é uma grande chaga a ser curada. O mundo oferece aos adolescentes e jovens uma gama de informações e propostas de conduta de vida que muitas vezes possuem valores que vão contra o Evangelho.

A simples ida a um shopping no sábado à tarde pode nos dar um retrato do comportamento dos jovens com relação ao namoro ou à paquera. Ao ouvir uma conversa entre jovens, tanto moças como rapazes, ouvimos a palavra ficar. (Márcia você ficou com o Cláudio na festa? Vai ficar com ele novamente?) Podemos observar que esse termo tantas e tantas vezes é repetido em meio a conversas e bate-papos. E o que é ficar? Em que implica o ficar?

Ficar é trocar beijos, abraços, carinhos e/ou carícias com uma pessoa sem se preocupar com as pessoas, somente interessa o contato físico, a satisfação dos desejos pessoais, diferindo do namoro, onde importa bem mais a pessoa, o que ela pensa e sente, e os carinhos são demonstração do amor sincero e zeloso da integridade física, psicológica e espiritual do ser amado.

O medo do compromisso, de descobrir em profundidade o outro e mais de deixar-se descobrir pelo outro, bem como toda a influência externa, principalmente dos meios de comunicação, levam a juventude a esse comportamento do ficar.

Aparenta ser mais fácil, mais seguro, parece ser o meio mais seguro de não se ferir, mas o que se pode avaliar é que isso tem sido mais uma causa de ferida na afetividade dos jovens, futuros adultos.

É preciso deixar a salvação de Cristo penetrar nessa dimensão do nosso ser. Deus não nos castra, foi Ele mesmo quem plantou em nós essa semente da complementaridade, ou seja, a necessidade de buscar no outro o que me falta.

O namoro é esse ensaio, faz parte dessa busca da metade que me falta, mas como descobri-la se não buscar com sinceridade a seriedade? O ficar pode suprir a carência e o instinto momentâneo, mas vai restar sempre o vazio, pois a alma quer mais, quer completar-se não somente na dimensão física, mas principalmente na espiritual.

O namoro vem como o vestibular necessário para se estudar e conhecer profundamente o outro e se for ‘esse’ ou ‘essa’ aprová-lo como a metade que falta.

É necessário diálogo, oração, construir uma amizade onde haja abertura. O namoro bem vivido traz alegria, descobertas saudáveis do universo do sexo (=metade) oposto, traz maturidade humana e espiritual, pois Deus presente faz grandes coisas.
Deus que é fiel no Seu Amor nos capacitará com Seu Espírito a sermos firmes e testemunharmos Seu Amor com nossa conduta.

FONTE: Revista Maná Shalom