Francisco, meu bom amigo

Eu era um jovem que centralizava toda a essência da minha vida no prazer sexual, nas festas, nas bebidas, nas noitadas.

Em 1.991 entrei numa crise profunda de vida! Tudo tinha perdido o sentido e o sabor. Desilusões com minha família, aguda decepção afetiva… eu realmente estava morto por dentro… A sensação que me acompanhava o dia todo era horrível e dolorosa!

Em 1.992 fui a um retiro do movimento de jovens, de que eu já participava na paróquia, onde então descobri e experimentei a presença amorosa de Jesus ressuscitado e vivo. Ele me amou, me libertou, me restaurou!!! Fiquei, desde então, “apaixonado” por Jesus, e comecei a segui-Lo na Igreja, principalmente através da Renovação Carismática Católica.

Em 1.994, uma grande irmã (Danielli) do grupo de oração que eu participava, me emprestou um livro, “O Irmão de Assis”, do Frei Ignácio Larragna, dizendo que eu iria gostar muito…
Com muita sede de crescer espiritualmente, comecei a ler, dentro da minha hora de oração pessoal. Levei semanas lendo o livro, pois quase sempre a leitura era interrompida pela presença do Espírito Santo que me tocava fundo e me envolvia, acendendo o fogo do Amor ao Deus Amável em minha alma.

Eu lia, parava, chorava, orava intensamente, voltava a ler… Cada vez mais, minha mentalidade egoísta ia sendo remodelada pelo exemplo de busca de santidade, de relacionamento com Deus, de amor altruísta aos irmãos e aos pobres, de humildade e pobreza.

Foi assim que Francisco de Assis entrou de cheio na minha vida, me ensinando que, por mais que eu sempre descubra que sou mais imperfeito e falho do que pensava, devo ter a santa obstinação de buscar a santidade! Pois há um Deus Amoroso que é capaz de fazer esse milagre, e deseja muito fazer em todos que se decidirem pela busca da santidade como meta de vida!

Em 1.998, ingressei na vida consagrada na comunidade Canção Nova, e aqui dentro descobri tantos sinais, na minha história, que mostram que São Francisco me acompanhava sem eu saber, desde o meu batismo…

E foi Francisco, junto com Dom Bosco e N. Srª Auxiliadora, que sempre intercedeu, conduziu, e abriu os caminhos para que eu descobrisse minha vocação: Canção Nova! A título de ilustração dos sinais que mencionei, hoje eu sei que:

1) Fui batizado na igreja franciscana dos frades menores da minha cidade;
2) Desde criança que sempre sentia uma atração fascinante pela natureza (hoje entendo claramente que Deus me fala, e me leva à comunhão com Ele, através da mesma);
3) A obra de Dom Bosco ( “avô” da Canção Nova; pai espiritual do Padre Jonas Abib, nosso pai e fundador) teve seu início marcado pela intercessão de São Francisco, pois foi numa Igreja dedicada ao santo que Dom Bosco teve o encontro com um jovem pobre, que desencadeou o processo pelo qual nasceu o Oratório, e a Obra do fundador dos salesianos.
4) Daí percebi o vínculo entre a minha vocação e a companhia de Francisco em minha vida.

Existem ainda outros sinais, graças a Deus… Acredito firmemente que tenho um bom amigo no céu, meu amigo Francisco, que, em Cristo, já me livrou de grandes perigos e quedas, que tanto me auxilia a aprender a servir ao Deus Amado e ao próximo.

Creio e procuro viver uma devoção que é amizade, talvez cumplicidade íntima e cristã, onde o que predomina é a busca da imitação dos gestos santificadores de Francisco, na vida de oração, na vida fraterna, na missão de evangelizar, no trabalho… e não uma “devoção” que consista só em rezar pedindo graças e bênçãos, só pedir, pedir, e só “pedição”…

Aos muito amados irmãos que trazem o pobre de Assis no coração e na vida, desejo que este tempo celebrativo, seja de grande frutificação real no Espírito, para a Glória do Senhor Amado, para reedificação da Santa Igreja (onde “estiver em ruínas”), e para a salvação de muitas, muitas almas para o Céu!

Canção Nova, sempre do Jeito de Maria!!!