A Missão em forma de beijo

No terceiro ano do meu Ministério Sacerdotal e, sétimo na Comunidade Canção Nova, recebi a graça de ser enviado como missionário para Portugal, com sede em Fátima, a cidade de Maria. Cheguei aos doze de dezembro, dia exato da minha Ordenação Sacerdotal. Coincidência? Claro que não! Foi providência, que recebi através de Maria, ou ainda, dois beijinhos – como é costume em Portugal – talvez um de acolhida às terras portuguesas e o segundo porque a Igreja é uma só em qualquer parte do Mundo.

Não cheguei sozinho, pois com o meu irmão de comunidade Ricardo Jansen, decolamos – ele pela primeira vez num avião – para a missão no estrangeiro. “Cadinho”, como o chamamos carinhosamente, foi quem registrou um ato, com uma fotografia: beijei o chão, quando deixamos o avião, não por medo! Nada autêntico, apenas prova de admiração ao nosso Papa, o grande missionário além-fronteira, que assim nos ensinou: “Beijar a terra onde se pisa” Penso que é muito mais; acolher um povo que necessita dos enviados por Deus.

Embora pecadores, fomos enviados em dois para a missão comunitária de salvar almas. Foi com este espírito comunitário e missionário, que, na Capelinha das Aparições da Virgem em Fátima, celebramos a Eucaristia.

Depois de quase um ano de missão, no estrangeiro, partilho que o segredo está num beijo: o beijo diário que dou no altar, antes mesmo de traçar o sinal da Cruz e acolher os presentes em nome de Jesus. Este ósculo santo significa: “Eu aceito o santo sacrifício!”

Penso que não seja meu este beijo secreto. Cito o trecho do livro da Beata Ana Katarina Emmerick, que se tornou visível no filmar “A Paixão de Cristo”, quando Jesus beija a sua Cruz, antes de começar levá-la por nós: “Sim, é preciso aceitar o sacrifício diário da inculturação, que não acontece sem que demos o primeiro passo em quase tudo. É justo, pois, os enviados precisam testemunhar este Deus Amor, Cristo sofredor e Espírito consolador, que sempre agiram e atuam com gratuidade para a Salvação das Almas.”

Por fim, faço acento ao mês missionário, dentro do qual, iniciamos o Ano da Eucaristia, que quer ser mais um Beijo Divino, na alma daqueles que se dispõem a assumir como missão o Dom que recebemos para com os irmãos, aos quais o Senhor enviou.