150 rosas para o céu

Flores quase tiveram um significado de ternura. São pouquíssimos os povos que não as usam como símbolo de afeto e de gentileza. Entre nós, católicos, dão maior significado ao nosso culto. É nosso jeito de ser gentis com o céu.

O Rosário: Atribui-se a São Domingos a divulgação do rosário mariano. Numa época em que as pessoas raramente liam a Bíblia, pela simples razão de que nem reis às vezes sabiam ler, ao invés dos 150 salmos recitava-se 150 louvores a Maria, começando pelo louvor ao Pai e terminando pelo louvor à Trindade. Era um jeito de evangelizar. A devoção tomou impulso na Igreja não só entre os simples que não conseguem ou não gostam de ler, mas até entre os instruídos que gostam das meditações que o rosário mariano sugere.

São meditações sobre 15 momentos da vida de Jesus e de Maria, alegres ou gozosos, tristes ou dolorosos, festivos ou gloriosos. Celebra-se Jesus e Maria. Ele como Filho, ela como mãe dele, desde o nascimento dele até sua morte e sua ressurreição. Maria, desde a gravidez até à sua glória como primeira cristã na terra e no céu.

Pode-se rezar o terço de maneira monótona e sem nenhuma criatividade, só por dever. Pode-se rezar o terço ou os três terços que perfazem um rosário, lentamente, meditando, entremeando os louvores com passagens bíblicas.

Não se trata de prática obrigatória. A Igreja não obriga os católicos a rezarem o terço. Reza quem quer, por devoção, porque gosta e porque acredita que esta prática ajuda a crescer na fé. Os que enchem a oração do terço de promessas e garantias de milagre, estão exagerando o poder dessa prática. Mesmo que alguns que se afirmam videntes digam que N. Sra. pediu isso, a Igreja não obriga. Continua devoção pessoal ou comunitária livre. Ora quem quer. Quem dá mais importância ao rosário do que aos sacramentos precisa rever essa atitude. É uma devoção bonita e boa, mas não pode ocupar o lugar de outras devoções e práticas que a Igreja considera mais importantes: por exemplo, a missa, a confissão, e a leitura da Bíblia.

É uma oração linda, mas não é infalível. Não é certo ensinar, por exemplo, que quem reza o terço por nove sábados, ou por sete ou treze dias tem a salvação garantida. Não convém associar a sadia prática do terço com práticas supersticiosas. A Igreja pede encarecidamente que se encare o terço pelo que é: uma bonita devoção. Mas não pode nem deve ser a maior nem a única.