Em 22 de dezembro de 1992, a Assembleia Geral da ONU estabeleceu a data de 17 de outubro como o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, o que representa uma oportunidade para reconhecer o esforço e a luta das pessoas que vivem na pobreza, especialmente na miséria. A pessoa e a família podem viver uma vida simples, mas com os meios necessários de subsistência, habitação, saúde e segurança.
A primeira comemoração deste evento ocorreu em Paris, França, em 1987, quando 100.000 pessoas se reuniram na Praça dos Direitos Humanos e Liberdades para homenagear as vítimas da pobreza, na inauguração de uma pedra comemorativa do Padre Joseph Wresinski, fundador do Movimento ATD QUARTO MUNDO Internacional, que luta contra a miséria no planeta. A entidade existe em mais de 100 países, também no Brasil, e foi uma das incentivadoras da criação do Dia Mundial da Erradicação da Pobreza.
Infelizmente, com a pandemia da Covid-19, segundo relatório das Organizações das Nações Unidas (ONU) de 2021, a fome e a pobreza tiveram um aumento expressivo, exigindo dos governos soluções rápidas.
Por que os alimentos não chegam a todos?
É lamentável que num mundo onde há recursos para produzir alimento para toda a humanidade, a comida não chegue nas mesas de todos por muitos problemas. Quais os motivos da fome no mundo? Os conflitos e as guerras estão entre as principais causas da fome no mundo. Hoje, mais de 800 milhões de pessoas convivem com esse problema, especialmente na África e Ásia. Os alimentos não chegam a todos por causa das guerras.
Por outro lado, nas guerras, como todo mundo sabe, são gastos bilhões de dólares em armamentos, foguetes, jatos de guerra etc., que, se fossem aplicados para resolver os problemas sociais, acabaria com a fome, a pobreza, a falta da habitação, as escolas, os hospitais e tratamentos de saúde. Além disso, a corrupção institucionalizada que existe em muitos países, principalmente nos mais pobres, agrava sobremaneira a situação.
Um sério problema que acontece em muitos países, inclusive os mais pobres, é também uma forte concentração de rendas que gera uma multidão de pobres. Isto deve ser resolvido com boa educação para todos e oportunidades de empregos, mas sem luta de classes, violência e eliminação da liberdade.
Existe comida para toda a população
Não falta comida no mundo. Já em 1987, o Relatório da ONU “Estado da População Mundial”, afirmou: “Depois da revolução verde, da biotecnologia, não se duvida mais de que haja condições para acabar com a fome no mundo” . “Há 453 milhões de toneladas de trigo, arroz e grãos estocados em todo o mundo, e os agricultores dos Estados Unidos e da Europa Ocidental são pagos para não produzir” (Folha de São Paulo, 15/06/87).
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E não é também porque tem muita gente que falta alimento para todos. A “Folha de São Paulo”, na matéria “Terra não terá explosão populacional, diz a ONU” (05/02/98, pag.1-14), da jornalista Cláudia Pires, de Nova York, afirmava: “Depois de anos de previsões sobre uma possível explosão populacional na Terra, demógrafos e outros especialistas no assunto acabaram concluindo que o risco de um planeta super-habitado está cada vem mais distante.
No mundo, há muito desperdício de alimentos. Só para dar um exemplo, o “Jornal Nacional” da TV Globo, noticiou, em junho de 97, que “só os norte americanos jogam no lixo, por ano, 48 bilhões de quilos de alimento”, o que seria suficiente para manter uma população de 80 milhões de pessoas? Não podemos negar que os cavalos, cães e gatos são mais bem tratados do que muitas crianças.
O que a igreja fala sobre a Erradicação da Pobreza?
A Igreja sabe que tudo isso é consequência do pecado. Como São Paulo disse, “o salário do pecado é a morte”; então, enquanto o coração dos governantes não se converterem segundo o Evangelho, enquanto Deus não reinar nos corações, sobretudo dos governantes, não haverá paz, e, consequentemente, recursos disponíveis para sanar a fome e os demais problemas sociais.
Com base nisso, a Igreja propõe a Doutrina Social da Igreja, que teve início com o Papa Leão XIII, com a “Rerum Novarum” (1891) até o Papa Francisco, com inúmeras encíclicas de fundo social. O marxismo de Karl Marx e Engels propuseram a solução da fome e dos problemas sociais, mas fracassaram por apelarem para a luta de classes, o materialismo, ateísmo e a violência, o que causou cerca de 100 milhões de mortos, como mostra o “Livro Negro do Comunismo” de Stephen Courtois.
O Cardeal Camilo Ruini definiu a Doutrina Social da Igreja como: “Uma verdadeira revolução antropológica, cuja proposta é anunciar a verdade de Cristo na sociedade… é o anúncio da verdade de Cristo na sociedade”. (Zenit.org – 11/2/2010)