geração conectada

Conectados com o mundo, mas distantes da vida real

Conectados vivemos melhor?

Que tal um dia com o celular desligado, sem abrir os e-mails, sem entrar nas Redes Sociais? E, quem sabe ainda, desligar a TV, o rádio, passar longe do computador e ignorar o tablet? Para os dias atuais, esse é um desafio quase impossível de se cumprir. O “desconectar” até soa como estar “fora do mundo”, desatualizado. A palavra “conectar” significa ligar, unir – o que, ironicamente, pouco tem acontecido com as pessoas. A linguagem informatizada tomou conta do nosso cotidiano e foi adentrando, pouco a pouco, em nosso vocabulário. No entanto, essa “conexão” está longe de existir; ao menos na vida real.
Conectados com o mundo, mas distante da vida real

Foto ilustrativa: Bruno Marques/cancaonova.com

Hoje, podemos nos “conectar” com pessoas que estão do outro lado do mundo, falar e ver, em tempo real, alguém que está num fuso horário oposto ao nosso. Mas, é muito comum passarmos pelas pessoas e nem sequer olharmos em seus olhos. Pouco percebermos as necessidades de quem está ao nosso lado, em nossa casa, em nosso trabalho ou em nosso convívio diário. Quantas vezes nem mesmo cumprimentamos as pessoas as quais passamos ao lado?

Geração conectada, relacionamentos distantes

Conhecemos todos os novos aplicativos para celulares e não conhecemos a pessoa com quem nos casamos, nem os nossos filhos ou nossos irmãos, nem mesmo nossos pais. Sabemos dos mais diversos lançamentos da era digital e nem percebemos que os nossos relacionamentos estão se dissolvendo, enquanto despendemos demasiado tempo nas redes sociais. Passamos o dia entretidos com as multifuncionalidades oferecidas pelo touch screen dos games ou dos tablets, que nem nos lembramos de tocar, com delicadeza e amor, o rosto de quem amamos. E, ainda, nos arrogamos o privilégio de nos denominarmos de “a geração conectada”.

Sem dúvida alguma, os avanços tecnológicos trouxeram grandes contribuições para a nossa vida, facilitaram em muito nosso trabalho e nos abriram inúmeras possibilidades. São incontáveis os benefícios que eles geraram. Contudo, o problema está no que fazemos com eles.

Fomos nos tornando escravos da tecnologia. Muitos de nós não conseguimos mais “nos desconectar”; temos a necessidade de estar sempre “on-line”. O vício pela conectividade cresceu tanto que, atualmente, já existe clínicas de recuperação para dependentes digitais. Enquanto isso, os “relacionamentos reais” estão definhando. Pessoas sob o mesmo teto estão tornando-se estranhas umas às outras e, em contrapartida, o número de “amigos” nas redes sociais chega aos milhares. Tornou-se mais cômodo “conhecer” alguém por intermédio de seu perfil na rede do que gastar tempo com essa pessoa, olhando em seus olhos, tocando em seu ombro e dizendo -lhe: “Conte comigo!”.

Mas, como resolver esse problema? É preciso abandonar a vida digital? Não. E isso nem seria possível, uma vez que, temos necessidade da tecnologia praticamente para tudo o que fazemos. O segredo está no equilíbrio. Não se pode desprender-se totalmente da tecnologia, nem deixar-se subjugar por ela. É preciso ter, nas mãos, o poder da decisão: “Eu escolho me conectar” e “Eu escolho me desconectar!”.

 Sim, conectados vivemos melhor. Porém, desde que isso passe pela nossa liberdade de escolha.