respeito

Quem é o dono da verdade?

Durante o programa que apresento na Rádio Canção Nova, refleti, certa vez, com os ouvintes sobre a verdade. Como “pano de fundo”, a produção me ofereceu uma interessante historinha que partilho com você:

Conta-se que dois coleguinhas de classe, Vitor e Gustavo, faziam um trabalho escolar sobre as leis de trânsito. A professora distribuiu papel e lápis para todos, e cada criança pintou seu próprio semáforo. Vitor, então, olhando para o trabalho do colega, disse:

– Ei, Gustavo, você pintou errado. O farol de cima é vermelho, e não verde.

Gustavo, admirado, respondeu:
– Mas foi exatamente o que eu fiz, Vitor. Pintei o farol de vermelho.
– Não. Você é um mentiroso! Pintou de verde. Está errado!

Teimava Vitor, enquanto Gustavo jurava que havia pintado corretamente. A discussão foi crescendo até que a professora teve de intervir. Ao se inteirar da situação, ela ficou comovida, chamou Vitor e disse-lhe:

– Seu colega está dizendo a verdade quando diz que pintou de vermelho, porque o que ele vê é o vermelho; está sendo sincero. O que você não sabe, Vitor, é que o Gustavo é daltônico, ou seja, ele troca as cores: o que para você é verde, para ele parece vermelho.

Quem é o dono da verdade?

Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Antes de julgar a verdade do outro é preciso respeitá-la

Temos aí a opção de pensar: “mas é só uma historinha”. Porém, não podemos ignorar que ela traz um grande ensinamento. Pensando bem, quem de nós, alguma vez na vida, não julgou, condenou ou feriu uma pessoa antes de saber ao certo o que estava acontecendo com ela?

Dizem que cada um olha o mundo por meio de sua personalidade, seu caráter e sua história de vida. Portanto, vemos a mesma situação de forma totalmente diferente. E isso é maravilhoso! O que, na minha opinião, é lindo, para você pode não ser e vice-versa.

Entra aí um fator importantíssimo, principalmente quando lidamos com muita gente: o respeito! Respeitar o ponto de vista do outro, tentando compreender as razões que o leva a agir ou pensar de tal maneira, pode ser a via segura para se evitar grandes conflitos.

Leia mais:
::Quanto custa a sua paz interior?
::O que fazer no momento da raiva?
::Dor crônica: como conviver com ela diariamente?
::Carência: como ela pode afetar sua vida?

Não julgar! Além de ser um ensinamento do próprio Deus (Mateus 7,1-2), é também uma questão de consideração e amor ao próximo. Com isso, não estou afirmando que devemos concordar com tudo que nos apresentam a primeira vista. Mas que acolhida e respeito são sempre bons aliados quando queremos promover o bem.

Assim como na “historinha”, muitas vezes, o que vemos parece óbvio, no entanto, quase sempre nos engana. Atenção é preciso! Cada vez mais, convenço-me de que grande sabedoria é silenciar, observar e esperar sem tirar conclusões precipitadas das coisas.

Que o Senhor nos ajude a vermos os acontecimentos, principalmente as pessoas, como Ele vê: com um olhar de misericórdia.

Equipe Formação Canção Novabanner afetividade