Vitor Emil Frankl foi um neuropsiquiatra, e a sua obra intelectual descreve bem sua história de vida. Ele nasceu, em 1905, na Áustria. A família de Frankl viveu intensamente as adversidades da Primeira Guerra Mundial, que aconteceu entre os anos de 1914 à 1918, enfrentando muitas dificuldades. Em 1930, formou-se em Medicina e se especializou em Neuropsicologia e Psiquiatria. Com uma carreira promissora, tornou-se diretor do “pavilhão de suicidas”, na clínica psiquiatra do Hospital Steinhof. Aos 32 anos de idade, Frankl abriu seu consultório particular.
O primeiro texto sobre Logoterapia foi publicado em 1938 e intitulado como “Sobre a Problemática Espiritual na Psicoterapia”. Em 1941, aos 35 anos, Frankl foi preso pelos nazistas. Chegou a passar por quatro campos de concentração. Frankl foi libertado em 1945, pesando apenas 25 quilos. Após sua libertação, descobriu que parte de sua família, incluindo sua esposa Tilly Grosser, que estava grávida quando fora presa, não haviam sobrevivido.
Em 1946, foi nomeado diretor do departamento de Neurologia da Policlínica de Viena, permanecendo no cargo por 25 anos. Após, Frankl torna-se professor na Faculdade de Medicina de Viena. Lecionou até os 91 anos. Percorreu parte do mundo como conferencista e recebeu 29 títulos Honoris Causa. Veio a falecer no dia 02 de setembro de 1997, aos 92 anos de idade, na sua cidade natal.
Fundamentos básicos da Logoterapia
Ao pesquisar sobre o que é a Logoterapia, é comum associarmos seu surgimento com a experiência de vida do seu criador nos campos de concentração. Porém, o seu surgimento ocorreu quando Frankl, atuando como médico psiquiatra, tratava pacientes com perdas significativas, advindas da Primeira Guerra Mundial. O termo foi usado pela primeira vez em 1926, nomeando esta teoria que tratava dos problemas psicológicos e das pressões da dimensão mental do indivíduo.
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O termo Logoterapia vem do gregos “LOGOS”, que significa “sentido, razão”. E a palavra terapia vem do grego “THERAPEIA”, que significa “o ato de curar, cuidado”. A logoterapia também é conhecida como a Terceira Escola Vienense de Psicologia, sendo a primeira de Freud, com a psicanálise; e a segunda de Adler com a psicologia do desenvolvimento individual.
Ela difere das outras escolas de psicologia por ser uma teoria aberta, e inclui também a dimensão transcendental do homem, que é o espírito. Não na perspectiva da religião, mas da psicoterapia. Para Frankl, o ser humano possui três dimensões: Corpo, Mente e Espírito. Em termos de conceitos fundamentais, a logoterapia está alicerçada em três conceitos: 1. Sentido para a vida – 2. Vontade de sentido – 3. Liberdade de Vontade.
Vazio existencial
O sentido para vida faz parte da cosmovisão da Logoterapia, e afirma que a vida humana sempre tem um sentido, independentemente das circunstâncias. Segundo Frankl, encontramos o sentido da vida ao assumir a responsabilidade de realizar o que ela nos demanda, através da conduta correta. É a nossa consciência pessoal que detecta que conduta é essa. Se não somos capazes de perceber, ou encontrar este sentido, a ausência dele é considerada por Frankl como um vazio existencial.
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E qual é a solução que Frankl propõe para encontrarmos o sentido através da logoterapia? Segundo Frank, esta busca pelo sentido da vida acontece pelo indivíduo, em um movimento de dentro para fora denominado de autotranscedência ou transcendência de si mesmo. O ser humano não existe para orbitar em si mesmo, mas para conectar-se com os outros.
Como encontrar o sentido para a minha vida?
Embora o sentido da vida de cada um seja único, a logoterapia nos aponta três formas básicas de se encontrar um sentido para a vida:
1- Valores de Criação: Criando um trabalho ou praticando um ato.
2- Valores de Experiência/ Vivência: Experimentando algo ou encontrando alguém; a natureza, a bondade, a verdade, a beleza… Ou amando alguém.
3- Valores de Atitude: Pela atitude que tomamos em relação ao sofrimento inevitável; não se trata de qualquer tipo de sofrimento, mas daquele que o ser humano não tem como escapar;
Desde sempre, nós como indivíduos, questionamos como a vida pode permanecer tendo sentido apesar dos acontecimentos trágicos. De acordo com Frankl, todos nós estamos sujeitos a Tríade Trágica. Esta é uma expressão usada na logoterapia para se referir à dor, à culpa e à morte. E que o sofrimento não é necessário para encontrarmos o sentido da vida, porém, uma vez que ele seja inevitável, também será possível encontrarmos um sentido, mesmo nas adversidades.
Continuaremos falando deste tema na próxima publicação.
