Tanto no trabalho quanto na vida, nunca se correu tanto como nos dias de hoje
“De fato, que se aproveita ao ser humano de todo o seu trabalho, e da aflição do coração com a qual labutou debaixo do sol? Todos os seus dias são dores, e sua ocupação sofrimento. Nem de noite repousa o seu coração, e também isso é vaidade” (Eclesiastes 2,22-23).
Diga a verdade: quantas vezes você já se questionou sobre a utilidade da nossa vida? Quantas pessoas se sentem deprimidas por se acharem inúteis! Nunca se trabalhou tanto, nunca se correu tanto. Tantas coisas para resolver, ruas lotadas de gente (que tem emprego, trabalho, ocupação etc.) e que não são satisfeitas, porque, mesmo assim, se acham inúteis. Perguntam-se: “Qual a finalidade de tudo isso se vou morrer?”.
Existe ainda o caso dos que se submetem às piores condições (de saúde e até de dignidade!) para ter um “trabalho”. Mas a vida vale mais que o trabalho?
Será que você é ativista?
No fundo, todos os questionamentos anteriores têm uma resposta aparentemente simples: perda da visão de Deus e queda no ativismo. Mesmo Jesus, que cheio de ocupações estava indo às pressas ressuscitar a filha de Jairo (Mc 5,21s), parou no meio da confusão e percebeu: “Alguém me tocou?”. Na atividade, na confusão do dia a dia, Ele não perdeu Seus objetivos (salvar cada um!) e também não se deixou levar pela agitação cotidiana.
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Caímos em três pecados básicos:
1 – Sempre tenho algo para fazer. Nunca paro!
2 – O que faço nunca é suficiente. Sempre falta algo.
3 – Isso causa uma certa opressão; perco metas e reclamo da vida.
É como um cão, que tenta morder o rabo dando voltas em si mesmo. Ele corre, corre, corre, mas nunca alcança seu objetivo. Precisamos acabar com esse círculo vicioso do ativismo.
Na casa de minha avó Gioconda (Percioli, buona gente de Montealto!), quando acabávamos de traçar aquele “bifão” apimentado com polenta, algumas pessoas (muito solícitas!) corriam para a cozinha e já se dispunham a lavar as louças, passar pano, limpar o fogão. Aí, a doce velhinha ficava uma fera! E dizia para todos: “Parem! Calma! A louça não vai fugir. Vamos conversar. Sentem-se aí! Isso também é almoço!”.
Mangia che te fa bene, peró parli anche! (Coma, que lhe faz bem, mas também fale!) Ela tinha razão.
Ali, geravam-se relacionamentos, aprendia-se a conversar (você sabia que precisamos aprender a conversar?), e o tão famoso (nossa, como eu evitei usar esta palavra!) estresse vai todo embora no convívio e no bate-papo.
Como vencer o ativismo
1 – Ação de resposta (Tiago 4,15): “Se o Senhor quiser, estaremos vivos e faremos isto ou aquilo”, ou seja, sair do ‘se Deus quiser’ passivo como quem apenas vai levando a vida.
Existem algumas pessoas que pensam que a finalidade, o fim da nossa vida, é o louvor, quando, na realidade, o louvor não é o fim apenas, mas o meio, a maneira de viver, o como viver. Lembra-se daquelas pessoas tristes na rua? Imagine se todas soubessem louvar, porque o meio de vida delas é o louvor? Essa é a tal ação de resposta. Tudo o que faço deve ser um meio de glorificar a Deus. Em vez de ser o fim de minha vida, é o meu meio e o modo de viver: o louvor. ‘Na verdade, tudo é d’Ele, por Ele e para Ele. A Ele a glória para sempre. Amém!’ (Romanos 11,36)
2 – A paz de resposta: paz inquieta é o Sabath-Shalom dos Judeus! É tomar uma atitude de paz, praticar atos de paz, mas não ser passivo, não sentar no sofá em paz e esperar o que Deus vai fazer. É tomar uma atitude.
Deus abençoe você, e que a finalidade de sua vida se cumpra no louvor.
Seja feliz!