✝️Santa Catarina da Suécia

Santa Catarina da Suécia, a santa da obediência

Sua história

Santa Catarina da Suécia nasceu em 1332, época florescente do cristianismo em todo o ocidente. Neta de um importante personagem histórico para seu país, Birger Persson, e filha de Santa Brígida. Catarina teve quatro irmãos e três irmãs. Seus primeiros anos foram felizes, ela testemunhou:

“Lembro quando minha mãe me levava, junto com as minhas irmãs, para
visitar os hospitais, que havia mandado construir; com as suas próprias
mãos, enfaixava, sem repugnância, as feridas dos enfermos”.

Créditos: Domínio Público

Pertencer a uma família importante, nessa época, não significava mais conforto e regalias como nos dias de hoje, significava uma vida de provações e deveres. Os pais partiam em longas guerras sem perspectivas dos filhos os verem novamente; e suas mães, se requisitadas pelos reis, se ausentavam por longos períodos. Foi assim que Catarina viu a mãe ser convocada pela Corte sueca como governanta de Bianca de Namur, jovem noiva do rei Magnus Eriksson onde ficou por alguns anos.

Nesse período, Catarina e sua irmã, Ingeborg, foram confiadas ao mosteiro cisterciense de Riseberg para receber educação. Com a morte de seu filho, Gudmar de 11 anos, Brígida teve autorização para voltar para casa. Porém, ela e seu marido, movidos pela dor dessa perda, resolveram fazer uma peregrinação a São Tiago de Compostela na Espanha. Nesse período, Catarina e sua irmã Cecília foram transferidas para o convento dominicano de Skenninge, para prosseguir seus estudos.

Catarina, ainda menina, sentia muita saudade de uma vida familiar – tinha 14 anos quando seus pais voltaram da Espanha. Porém, o pai, o nobre Ulf Gudmarsson, voltou gravemente doente e ficou, por longo período, de cama entre a vida e a morte. Foi pelas orações de Brígida que recobrou a saúde, por isso ambos prometeram consagrar-se a Deus na vida religiosa.

Ulf decidiu passar os últimos anos da sua vida no mosteiro cisterciense de Alvastra, ao leste da Suécia. Porém, ele queria ver sua linda filha Catarina, que já estava na idade de se casar para os moldes medievais, casada e segura, antes de partir para o monastério; então, ofereceu a mão da filha aos pais do jovem nobre Edgar von Kyren. Catarina e Edgar obedeceram aos pais se casando, mas, de comum acordo, fizeram voto de castidade. Edgar von Kyren, nobre de descendência, entrou para a história por ser ainda mais nobre de sentimentos. O jovem casal levava a vida num estilo monacal, de oração, jejuns e penitências.

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Após a morte do esposo Ulf, a mãe Brígida fundou um mosteiro em Vadstena, ao sul da Suécia; e, em 1349, partiu para Roma, a fim de obter a aprovação da sua fundação, tomar parte na celebração do jubileu de 1350 e, obedecendo a uma ordem de Deus em seu coração, pedir o retorno do Papa de Avinhão para Roma. Uma viagem dessas, ao lombo de mulas e, por longos trechos, a pé, significava anos de ausência; e Catarina ficou muito triste com a partida da mãe. No entanto, no ano seguinte, a reencontrou em Roma por ocasião do Ano Santo, aceitando o convite do Papa para visitar o túmulo de São Pedro e as outras grandes Basílicas romanas para obter indulgências.

Durante a permanência de Catarina em Roma, faleceu seu marido Edgar e, a convite da mãe, permaneceu na Itália. Brígida proibiu a filha de sair de casa sozinha, porque as ruas não eram seguras para uma jovem bela, que atraía olhares de muitos vilões. Sim, Catarina era bela e chamava muito a atenção. Nesse período, recusou diversas propostas de casamento de nobres italianos, e precisou até mesmo escapar de muitos pretendentes. O cervo, que está ao seu lado em suas imagens, representa um acontecimento em que um servo apareceu do nada, salvando Catarina, ao distrair um pretendente que havia sido rejeitado e queria raptá-la. Para manter distância dos homens, Catarina começou a usar roupas simples ou gastas, escondendo sua beleza.

Sua família

Nesse período, sua mãe esteve muito ocupada fora de casa, e Catarina sofreu de solidão e depressão, sentia falta da vida organizada e pacífica com Edgar, na Suécia. Atormentada pela inquietação de não saber qual vocação deveria adotar, orou fervorosamente a Nossa Senhora, que, em um sonho, a convidou a obedecer a mãe, Brígida. Na obediência estava a vontade de Deus para ela. Então, Catarina passou a seguir Brígida com alegria em todas as suas iniciativas, dedicando-se total e amorosamente às suas causas. Por cerca de vinte anos, Brígida e sua filha Catarina permaneceram na Itália em uma casa perto do Campo dei Fiori, em extrema pobreza, numa vida composta de atividades pastorais, oração e rígida ascese.

Dedicavam-se à catequese entre as nobres famílias romanas e às obras de caridade, promoviam o projeto do convento de Vadstena e faziam peregrinações. Em 1368, o Papa Urbano V regressou a Roma e Brígida pôde entregar-lhe as regras de sua ordem, que se encarregou de examiná-las. Em 1371, quando tinha aproximadamente 68 anos, Brígida e Catarina realizaram uma viagem à Terra Santa, com um itinerário que passaria por Nápoles e Chipre.

Essas duas mulheres corajosas para sua época viajavam em condições rudimentares e perigosas, somente movidas pela grande fé de que estavam na vontade de Deus, orientadas pelas visões espirituais de Santa Brígida. Quando voltou à Roma, no verão de 1373, Brígida faleceu ordenando à filha que seus restos mortais fossem sepultados no mosteiro de Vadstena na Suécia. Após uma longa viagem, Catarina chegou lá, no dia 4 de julho do ano seguinte.

Ali, vestiu o hábito da congregação fundada por sua mãe e foi eleita abadessa. Nos cinco anos seguintes, Catarina coletou depoimentos sobre a vida da sua mãe e regressou a Roma para pedir a canonização da mãe e obter, finalmente, a aprovação da regra da Ordem, que ela havia fundado do Papa Urbano VI. Catarina retornou a Vadstena, na Suécia. Cercada de sua comunidade, numa vida simples e regrada que tanto amava, Catarina viveu até os 49 anos de idade.

Talvez seja difícil a um jovem dos dias de hoje, que tanto valorizam as possibilidades que a beleza física proporciona, compreender Catarina ter disfarçado sua beleza para não chamar a atenção. E, nessa época em que os filhos aspiram tomar suas próprias decisões, compreender Catarina ter encontrado a alegria e o propósito de sua vida na obediência à mãe. Talvez alguém diga: “Isso foi para aquela época!”. Mas a obediência não é algo ultrapassado para nós cristãos, é um caminho de santidade. Está no Catecismo da Igreja Católica:

“O respeito filial revela-se na docilidade e na obediência”. (§ 2163)

O Catecismo de São Pio X diz que somente não estamos obrigados a obedecer se, quem tem autoridade sobre nós, pedir algo que seja pecado. Logo, na obediência coerente aos nossos pais, em ouvir e considerar seus conselhos, mesmo não sendo mais dependentes deles, podemos encontrar a vontade de Deus para nossas decisões, pois Deus colocou autoridade espiritual nos pais, sobre os filhos.

Referências:
https://www.vaticannews.va/pt/santo-do-dia/03/24/s–catarina-da-suecia–virgem–filha-de-s–brigida.html
https://pt.wikipedia.org/wiki/Br%C3%ADgida_Birgersdotter_da_Su%C3%A9cia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Catarina_de_Vadstena
https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Birger_Persson


Adelita Maria Rozetti Frulane

Missionária do Núcleo da Comunidade Canção Nova