O conceito de empatia tem sido amplamente divulgado em vários meios de comunicação e até mesmo nas teorias de educação dos filhos, na realidade das organizações e no mundo de forma geral. O termo empatia origina-se do grego empatheia, ou seja “paixão” ou “ser muito afetado”, que curiosamente veio do estudo da estética, que, na filosofia, fala do interesse e do estudo do belo, e dizia que quando a pessoa admirava obras de arte, esse gesto provocava nela sentimentos de admiração e interesse, bem como sentido de nobreza e elegância, como se essas obras fossem seres vivos. (Baldwin, 1913).
A empatia é uma característica importante para o desenvolvimento das habilidades interpessoais, ou seja, aquilo que nos ajuda a ter qualidade nas relações, pois favorece que tenhamos ações voltadas para o outro, aceitação pelos demais, resolução de conflitos e redução dos comportamentos agressivos.
Ela pode ser desenvolvida a partir daquilo que percebemos em nossa família, no comportamento dos pais, em suas expressões como presença, apoio ao filho, regras claras, limites colocados e como afeto e raiva são demonstrados. A empatia permite que possamos compreender o outro a partir da referência dele, não da nossa referência. Ela pode estar relacionada ao ajudar o outro, ao seu sofrimento, ou seja, gerar ação, mas ela diz de entendimento do outro.
Conheça os tipos de empatia
Estudos realizados ao longo dos últimos anos demonstram que existem diferentes formas de a pessoa compreender o outro, e com isso foram sendo definidos tipos, digamos assim, de empatia.
Uma delas é a empatia emocional, ou seja, a capacidade de experimentar o sentimento do outro a partir da nossa capacidade de discriminar sua expressão, aquilo que ele percebe, sente, sendo capaz de notar sua face, sua postura corporal, seu tom de voz, e com isso sente a mesma emoção. Essa habilidade também faz com que possamos lembrar de experiências emocionais passadas, e faz com que a pessoa sinta-se como que na “pele” do outro.
A empatia chamada de cognitiva é aquela que diz da forma como entendemos intelectualmente as emoções e os pensamentos do outro, e podemos perceber as situações a partir da expectativa do outro. Essa empatia cognitiva vai sendo desenvolvida a partir do amadurecimento da pessoa: quanto mais jovens menos fazemos a distinção entre eu e o outro; ao passo que crescemos em idade e maturidade, há uma diferenciação entre a minha história e a do outro.
A empatia chamada compassiva diz do movimento que acontece quando percebemos a necessidade do outro e saímos ao encontro dele para ajudar e para nos colocarmos ao dispor.
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Esteja atento!
Embora teóricos estudem esses conceitos, o que precisamos, na prática, é estarmos mais atentos um ao outro. A máxima do “seja feliz e não se importe com o outro” tem construído uma legião de pessoas egoístas e insensíveis não apenas em causas sociais, mas também na convivência elementar e diariamente saudável. Ensinar isso aos filhos, a partir dos seus gestos, é imensamente importante, pois, desde pequenas, as crianças percebem o valor de viverem socialmente, de estarem também atentas ao outro.
Perceber o outro nos torna menos insensíveis a quem está com dificuldades e está bem ali, ao nosso lado. Faz com que os jovens não fiquem indiferentes à dor do outro, não coloquem seus problemas como os únicos e mais importantes do mundo. Ainda acredito que a força da empatia e da percepção do outro torna o mundo mais humano, mais verdadeiramente cristão e capaz de transformar sentimentos em ação, em relacionamentos melhores, e nos transformando em pessoas melhores. Ela é a chave para conviver em comunidade ao conhecer melhor as pessoas e as suas necessidades.
Que de forma prática possamos estar mais atentos ao outro!