O Catecismo nos ensina que a Igreja é nossa mãe e educadora de nossa fé
Neste programa ‘Luz da Fé’, quero refletir com você sobre os números 168 e 169 do Catecismo da Igreja Católica, que nos ensinam o seguinte:
“Olhai, Senhor, para a fé da vossa Igreja”
168. É antes de tudo a Igreja que crê e que desta forma carrega, alimenta e sustenta minha fé. É antes de tudo a Igreja que, em toda parte, confessa o Senhor (“Te per orbem terrarum sancta confitetur Ecclesia – A vós por toda a terra proclama a Santa Igreja”, assim cantamos no Te Deum), e com ela e nela também nós somos impulsionados e levados a confessar: “Eu creio”, “nós cremos”. É por intermédio da Igreja que recebemos a fé e a vida nova no Cristo pelo batismo. No “Ritual Romano”, o ministro do batismo pergunta ao catecúmeno: “Que pedes à Igreja de Deus?” E a resposta: “A fé”. “E que te dá a fé?” “A vida eterna”.
169. A salvação vem exclusivamente de Deus, mas, por recebermos a vida de fé por meio da Igreja, esta última é nossa mãe: “Nós cremos na Igreja como a mãe de nosso novo nascimento, e não como se ela fosse a autora de nossa salvação”. Por ser nossa mãe, a Igreja é também a educadora de nossa fé.
O Catecismo da Igreja nos ensina que a Igreja é nossa mãe, inclusive se utilizando de expressões que têm tudo a ver com a realidade materna ao afirmar que “É antes de tudo a Igreja que crê e que desta forma carrega, alimenta e sustenta minha fé”. Quem é mãe faz exatamente isso! Porque seu coração é repleto de amor pelo filho, a mãe não hesita em o carregar, alimentar nem sustentar.
Trago a você um fato real ocorrido no Japão. Houve um terremoto, naquele país, e uma mãe estava dentro de um edifício com seu bebê de três meses no momento do tremor. O prédio veio abaixo. A equipe de resgate, à procura de sobreviventes, encontrou aquela mãe – infelizmente morta sob os escombros – numa posição estranha, pois ela estava de cócoras.
Ao resgatá-la, a equipe notou que em seus braços havia um cobertor com o bebê dentro dele. E também no cobertor havia um celular com a seguinte mensagem: “Se você sobreviver, quero que você saiba que eu te amo”. Amor de mãe é assim. Vai até o limite, até o extremo para amar.
A Igreja nos ama como mãe. E é muito triste quando vemos, nas redes sociais e nas outras mídias, pessoas que se dizem “católicas”, mas ficam denegrindo a imagem da Igreja, atacando-a o tempo todo. Quem é filho de verdade não faz assim com sua mãe. Ele tem respeito para com ela, e não fica falando mal da própria mãe. Nós, como filhos da Igreja, não podemos da mesma forma falar mal da nossa mãe.
A Igreja, como mãe que é, muitas vezes, precisa corrigir seus filhos para que eles não se percam. Mas isso não significa que ela os deixou de amar. Afinal, cabe à mãe Igreja o papel de carregar, alimentar e sustentar seus filhos na fé.
Somente encontrei um filho
Conta-se que havia um poço, e três mães estavam ao redor dele para buscar água. Enquanto tiravam água do poço, elas iam falando sobre os filhos.
A primeira mãe disse:
– O meu filho é um verdadeiro atleta! Ele corre e pula como ninguém. É um menino muito saudável.
A segunda mãe disse:
– Já o meu filho canta muito bem! O cantar dele parece o cantar de um passarinho, de tão bonito que é. Meu filho é muito talentoso.
A terceira mãe, ficou quieta sem tecer qualquer elogio ao seu filho.
Havia ali próximo do poço um ancião que acompanhou a conversa daquelas mulheres. Surpreso pelo silêncio daquela mãe, ele pergunta:
– E quanto a seu filho? Ele também tem algo de especial?
E a mãe responde:
– Não. O meu filho é um menino normal como qualquer outra criança.
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Nesse momento, chegam os filhos daquelas mulheres. O primeiro chega correndo, pulando e passa direto pela sua mãe. O segundo chega cantarolando e também passa direto por sua mãe, sem lhe dar a devida atenção. O terceiro filho, por sua vez, aproxima-se da mãe, toma o balde com água da mão dela, dá um beijo em seu rosto, e sai carregando o balde para casa.
Aquelas mães voltaram-se para o ancião, dizendo:
– O que o senhor achou dos nossos filhos?
E o ancião respondeu:
– Eu vi três belos meninos, porém, somente encontrei um que é filho.
O Catecismo nos ensina que a Igreja é nossa mãe e educadora de nossa fé. Precisamos fazer como esse terceiro filho, e agir com respeito para com ela. Não pare nos limites da mãe Igreja. Tenha a coragem de dizer a ela: “Mãe Igreja, eu te amo! Que bom que eu estou aqui contigo”.
Que tal assumirmos uma nova postura como católicos que somos? Chegou a hora de olharmos para a nossa Igreja com esse “brilho nos olhos” cheios de respeito e amor. Faça, hoje, o belo propósito de interceder pela sua mãe, que é a Igreja, e também de defendê-la perante aqueles que a atacam e de sempre se colocar a serviço dela. Chegou a hora de como um bom filho dizer: “Mãe, conte comigo!”.
Um forte abraço!