A vocação do catequista representa o cumprimento objetivo da missão que Jesus Cristo nos designou: “Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações e batizai-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-os a observar tudo o que vos tenho ordenado” (Mt 28,19-20). E por isso disse o Papa João Paulo II: “Eis porque entendeis preparar e formar catequistas, que deverão procurar antes de mais aprofundar e viver pessoalmente o mistério de Cristo, para depois fazer que outros dele participem”. Essa é a orientação primordial, antes de tudo, ser exemplo da vida em Jesus Cristo e aprofundar-se no estudo para ensinar e transmitir seus ensinamentos.
O livro do Atos dos Apóstolos inicia dizendo que Jesus “fez e ensinou” (At 1,1). Não por acaso, primeiro fez e depois ensinou. Ou seja, o próprio Cristo era exemplo de Seus ensinamentos e pede que façamos o mesmo. Ao ensinar as essenciais virtudes cristãs, que são o serviço e a humildade, Jesus lavou os pés de Seus discípulos e pediu que lavassem os pés uns dos outros. As palavras com que ensina são bem claras: “Dei-vos o exemplo, para que façais assim como eu fiz para vós” (Jo 13,15).
Notem a maestria da lição, Jesus lava os pés de Seus discípulos. Pedro resiste e é alertado: “Agora não entendes o que estou fazendo; mais tarde compreenderás” (Jo 13,7). Ainda assim, Pedro O questiona mais uma vez, e recebe nova explicação sobre o significado daquele ato. Só após dar exemplo e lavar os pés de todos ali, Jesus se coloca em seu lugar de mestre e pergunta: “Entendeis o que eu vos fiz?” (Jo 13,12) e prossegue com a lição que tinha que passar aos Seus discípulos. Façamos, nós, o mesmo.
O catequista deve ser exemplo
A Igreja Católica tem seus pilares em São Pedro e São Paulo. O primeiro, homem simples e humilde, que foi exemplo de vida cristã. Nas palavras do Evangelho, Pedro é muitas vezes repreendido por Jesus, porque errava, não entendia as coisas de Deus e insistia no julgamento dos homens. E então se tornou a pedra fundamental da Igreja, porque é como nós, não compreende as coisas de Deus, mas tem fé, ama e confia em Jesus, ouve o Mestre e aprende com Ele. Seja assim, catequista! Mas não é só.
Paulo, por sua vez, era um homem culto, e dedicou-se aos ensinamentos da Doutrina, ao estudo e a espalhar a Palavra. Suas cartas nos orientam até hoje, auxiliando no entendimento dos ensinamentos de Jesus. Também assim deve ser o catequista. Não só exemplo de serviço, mas de dedicação e estudo da Doutrina. Deixo uma dica: a Exortação Apostólica Catechesi Tradendae de Sua Santidade Papa João Paulo II, com o link nas referências, que certamente será de grande inspiração.
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Todos nós catequistas devemos nos lembrar: primeiro fazer e depois ensinar. Ser exemplo de vida e inspiração para os catequizandos é fundamental, mas também é preciso conhecer a Palavra, a Doutrina e as diretrizes da Igreja. Confiamos em uma Igreja de mais de dois mil anos, fundada pelo próprio Cristo. Estejamos atentos às palavras do Papa, às orientações do Bispo e às lições do pároco. Que o Espírito Santo de Deus seja a chama que fortalece nossa vocação de catequistas. Que assim seja! Bons encontros!
Referências:
Link Catechesi Tradendae: http://www.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/apost_exhortations/documents/hf_jp-ii_exh_16101979_catechesi-tradendae.html
BÍBLIA SAGRADA. Tradução da CNBB, 18 ed. Editora Canção Nova.
PAPA JOÃO PAULO II. Discurso às comunidades neocatecumenais vindas de todas as partes do mundo. Roma, 10 fev. 1983.