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O que é a suprema caridade maternal de Maria?

É sempre importante recordarmos do percurso da nossa história de salvação. Maria, uma jovem hebreia de Nazaré, assim como toda mulher judia, praticava a religião hebraica, frequentava a pequena sinagoga onde vivia. Professava a Sua fé no Deus único e a alimentava aprofundando-se no conhecimento das sagradas escrituras, de modo particular na escuta da leitura do livro do profeta Isaías e ao memorizar as orações dos Salmos.

Com a Sua família, Maria aprendeu a viver a fé e o amor a Deus com todo o Seu ser: “Escuta, Israel: ‘O Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças'” (Cf. Dt 6,5).

Toda a Sua vida cotidiana nutria-se do amor de Deus e, simultaneamente, respondia também a Ele com todo o Seu amor verdadeiro, puro e fiel.

O que é a suprema caridade maternal de Maria?

Foto ilustrativa: sedmak by Getty Images

O amor pleno e supremo de Maria

Foi nesse amor total de Maria a Deus que, n’Ela, o Amor veio habitar entre nós para nos salvar: Jesus Cristo!

Só quem ama verdadeiramente pode oferecer-se com total confiança e abandono. Foi o que Maria fez, ofereceu-se a Si mesma a Deus, para que n’Ela se realizasse a Sua vontade. Cristo, que é O verdadeiro e único amor, foi gerado no ventre de Maria. O amor exclusivo de Maria a Deus a fez gerar O Amor, na sua essência e potência: Jesus Cristo. Foi esse amor que conduziu a vida de Maria com suprema e plena caridade.

Caridade maternal

Uma caridade maternal cuja experiência foi adquirida ao formar e educar o Filho de Deus, o próprio Amor encarnado.

A virtude de Maria da Suprema Caridade Maternal não se trata de sentimentos, e sim de atitudes concretas em favor de alguém. Pois, quem, de fato, ama não se acomoda, mas sai de si para ir ao encontro do outro para se doar. Foi isso que Maria fez ao visitar a Sua prima Isabel para servir: “Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se apressadamente para a montanha, em direção a uma cidade de Judá. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel.(cf. Lc 1,39)”. O amor é movimento, o amor é doação de vida!

Assim é Maria: entregou-se total e primeiramente a Deus e, consequentemente, essa entrega se estende por toda a humanidade: “Ao ver Sua Mãe e junto d’Ela o discípulo que Ele amava, Jesus disse à Sua mãe: ‘Mulher, eis aí o teu filho’. Depois disse ao discípulo: ‘Eis aí a tua Mãe’” (cf. Jo.19, 26-27).

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Humanidade

Na cruz, Ela recebeu do Seu Filho o legado de ser a Mãe da humanidade e também acolheu a todos com amor, se oferecendo com suprema caridade maternal a todos os filhos, de modo discreto, atenta, orante e paciente, porém, age concretamente. Muitas vezes, embora não vejamos e não percebamos, Ela está a cuidar de nós!

Como Maria que, por amor a Deus e a humanidade, oferece Seu filho na cruz, imitemo-La, conscientes de que amar é exigente oferecer-se a Deus pelo outro, pela via do sofrimento, da dor, da cruz: “A Cruz é a escola do amor” (São Maximiliano Kolbe).

Bondade mariana

Viver essa virtude passa pelas atitudes de bondade; escuta ativa; servir sem esperar recompensa; atenção a começar na família; partilhar do que temos materialmente ou espiritualmente: “Porque tive fome e não me destes de comer; tive sede e não me destes de beber; era peregrino e não me acolhes­tes; nu e não me vestistes; enfermo e na prisão e não me visitastes”( Cf. Mt 2, 42-43).

Porém, o verdadeiro sentido da Suprema Caridade Maternal de Maria é o sentido que se dá a tudo o que se vive e  somos impelidos a fazer: o amor a Deus que, por Ele, se oferece pelo outro.

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