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O segundo domingo do Advento e a figura de João Batista

Chegamos ao segundo domingo do Advento. Certamente, todas as mudanças sensíveis que ocorreram na liturgia, desde a semana passada, introduziram-nos nos mistérios deste tempo tão belo e fecundo. Vimos a primeira vela da coroa do Advento sendo acesa, a cor roxa dos paramentos e da ornamentação do ambiente litúrgico se fazendo presente, a sobriedade do canto e a ausência da recitação do Glória na Santa Missa indicaram algo. Tudo isso mostra concretamente que, enquanto permanecemos em estado de espera, falta algo para que a alegria seja completa. Somente quando o objeto dessa espera chegar, a alegria será completa.

Certamente, todos nós cristãos católicos seríamos capazes de fazer uma afirmação como esta: “Estamos aguardando a chegada do Salvador!”. Então, eu pergunto: “Será que estamos mesmo?”. Não podemos nos esquecer de que até mesmo os judeus mais fiéis à lei de Moisés diria convictamente essa mesma frase, no entanto, o Salvador chegou, e eles não perceberam. Será que não estamos esperando como eles esperaram?

Por que João Batista é destaque no segundo domingo do Advento?

Não foi por falta de profetas. Deus mandou inúmeros bons profetas ao longo da história do povo de Israel. E, no derradeiro momento do Seu nascimento, ainda mandou aquele que supera todos os demais profetas: João Batista. O mundo, porém, continuava às escuras, na total indiferença, muito preocupado com diversos empreendimentos humanos. Somente Maria e José estavam, verdadeiramente, vivendo o Advento, esse tempo de espera.

É por isso que, neste segundo domingo do Advento, a Igreja destaca a figura de João Batista, esse grande profeta e precursor imediato de Jesus. Depois de ter aceitado batizar Jesus, João Batista apresentou Jesus como o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1,29). Ele é considerado o último profeta do Antigo Testamento e o primeiro do Novo Testamento. Portanto, João Batista é a linha divisória entre os dois Testamentos.

João se mostra profeta já no seio de sua mãe Isabel. Ainda nem havia nascido, e já saltava de alegria dentro de sua mãe ao estar na presença do Salvador, que também ainda se encontrava no seio de Maria. Toda a vida de João Batista esteve subordinada à missão de preparar o caminho de Jesus, e ele a realizou com perfeição.

João Batista tinha total consciência da sua pequenez

Plenamente consciente da missão que lhe fora confiado, João sabia que, diante do Cristo, não possuía dignidade sequer para desamarrar-lhe as sandálias, ocupação que costumava ser destinada ao último dos criados. Ele não tem vergonha de reconhecer a sua pequenez diante de Jesus. Ao ser interrogado sobre sua pessoa, João Batista sequer se define como alguém que possuía descendência sacerdotal, pelo contrário, ele se apresenta como uma voz que clama no deserto, quer dizer, a voz que anuncia Jesus, o Salvador da humanidade.

À medida que Cristo ia se manifestando e tornando-se mais evidente, João Batista ia desaparecendo e ficando cada vez mais em segundo plano. Não obstante, os melhores discípulos de Jesus foram formados por João Batista. João apontou Jesus para João Evangelista e para André. Não sentiu ciúmes quando seus melhores discípulos foram se desprendendo dele para seguir Cristo. João Batista perseverou na santidade, porque preservou humilde o seu coração.

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O que a liturgia de hoje nos chama a realizar de maneira prática?

A exemplo de João Batista, somos convidados a testemunhar Cristo aos nossos parentes, amigos, conhecidos. O testemunho está mais ligado à atitude que à fala. Contudo, João Batista nos ensina ainda mais, que apenas testemunhar não é o suficiente. É preciso também que jamais nos afastemos da consciência de que o protagonismo é sempre de Cristo, caso contrário, estaremos usando do testemunho para nos colocar no centro. Sem humildade, jamais poderíamos aproximar os nossos amigos de Deus.

Que tipo de testemunhas nós estamos sendo?

Como está sendo o nosso testemunho cristão entre os nossos amigos e familiares? Eles realmente conseguem enxergar Jesus nas nossas ações do dia a dia? Que grau de importância eu estou dando às coisas santas em detrimento das supérfluas? Todas essas perguntas podem nos ajudar a viver bem este tempo do Advento, um tempo que não pode faltar à dimensão apostólica.

Grande é a nossa responsabilidade na evangelização. E “evangelização” não é sinônimo de estar à frente com um microfone nas mãos. Está muito mais ligado ao nosso agir, ao nosso comportamento e a tudo aquilo que buscamos. O que estamos buscando nas redes sociais, nos livros que lemos, nas músicas que ouvimos? Apenas diversão, passatempos, gozo ou interioridade? Lembre-se sempre de que a interioridade é sempre mais perene.

Chegou o momento da reconciliação e da partilha

Já que a proposta é sair de si em direção ao outro, quero fazer a você uma proposta. Não deixe que esta semana passe sem que você tenha se reconciliado com aquele que o feriu. Não importa quem esteja certo nessa história. Liberte o seu irmão dessa cadeia de amargura e liberte a si mesmo. Esse é o momento de voltar à vida, sair das trevas e da escuridão. Ao dar liberdade ao irmão e a si mesmo, até mesmo o ar entrará com mais liberdade em seus pulmões. Você vai sentir todos os alvéolos dos pulmões se esticarem.

Depois de reconciliar-se com seu irmão a quem você conhece, é também momento de ir em direção daquele que você não conhece. Você vai perceber que, neste tempo que antecede o Natal, muitas pessoas fazem trabalhos voluntários de arrecadação de alimentos, roupas, brinquedos etc. Muitas famílias serão contempladas por causa desse lindo trabalho caritativo. Por que não ajudar essas pessoas? Se não for possível ajudar com a sua presença, não deixe de ajudar materialmente.

Para concluir, quero lhe fazer um pedido. Não deixe de indicar esse conteúdo a pelo menos três pessoas. Dessa forma, você estará nos ajudando a evangelizar. Deixe também o seu comentário aqui embaixo.

Deus abençoe você.
Até a próxima!