As Sagradas Escrituras nos mostram que, desde o Antigo Testamento, o povo judeu celebrava ricamente a Liturgia. Deus estabeleceu uma Aliança com esse povo, através de Noé, Abraão, Isaac, Jacó, Moisés, Davi, dos Profetas etc… Então, esse povo respondia a Deus mediante um culto de louvor e de adoração, de maneira rica e muito criteriosa. A tribo de Levi, os levitas, foi escolhida por Deus para prestarem os serviços religiosos. Daí saía os sacerdotes.
A Liturgia, em todos os tempos, é o culto público que o povo presta a Deus. Podemos dizer que é um diálogo entre o povo e Deus. O povo celebra os mistérios de Deus. Ele se entrega como dom ao povo, e esse, acolhendo o dom de d’Ele, responde a Deus com louvor e canta as suas maravilhas.
A Liturgia católica, instituída por Jesus, visa celebrar (= tornar célebre e presente), dar importância, honrar, exaltar, em comunidade, a Santíssima Trindade de modo especial e celebrar os “santos mistérios”, os sacramento e os sacramentais. O Concílio Vaticano II, através da Constituição Dogmática Sacrosanctum Concilium, expôs de modo admirável o que é a Liturgia e como ela deve se realizar:
“Na liturgia Deus fala a seu povo. Cristo anuncia o Evangelho. E o povo responde a Deus, ora com cânticos, ora com orações” (SC, 33). Pela Liturgia a Igreja celebra o mistério de seu Senhor “até que Ele venha” e até que “Deus seja tudo em todos” (1Cor 11,26;15,28).
Os católicos têm a obrigação de participar dos ritos de preceitos
A Liturgia é uma ação sagrada com ritos, na Igreja e pela Igreja, pela qual se realiza e se prolonga a obra sacerdotal de Cristo, para a santificação dos homens e a glorificação de Deus (cf. SC, 7). Pela Liturgia, Cristo, nosso Redentor e Sumo Sacerdote, continua em sua Igreja, com ela e por ela, a obra de nossa redenção (cf. Cat. n. 1069). Por meio dela, Jesus Cristo exerce o seu múnus sacerdotal, onde é realizada a santificação do homem e o culto público integral pelo Corpo Místico de Cristo, cabeça e membros.
Por isso, afirmou o Vaticano II que: “toda a celebração litúrgica, como obra de Cristo sacerdote e de seu corpo (que é a Igreja) é ação sagrada por excelência, cuja eficácia, no mesmo título e grau, não é igualada por nenhuma outra ação da Igreja” (SC,7), (CIC §1070). Por tudo isso, o católico precisa participar das celebrações que a Igreja chama de ritos de preceitos. O nosso Catecismo diz que somos obrigados a participar da Santa Missa nos domingos e dias santos.
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Segundo o Catecismo, e além dos domingos: “Devem ser guardados igualmente o dia do Natal de Nosso Senhor
Jesus Cristo, da Epifania (6 de janeiro – no Brasil é no domingo seguinte), da Ascensão e do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo (Corpus Christi), de Santa Maria Mãe de Deus (1º de janeiro), de sua Imaculada Conceição (8 de dezembro) e Assunção de Nossa Senhora (15 de agosto, no Brasil foi para o domingo seguinte), de São José (19 de março), dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo (29 de junho – no Brasil é no domingo seguinte) e, por fim, de Todos os Santos (1 de novembro – no Brasil no domingo seguinte)” (n. 2177).
Caminho para a santidade
Além das festas de preceito obrigatórias citadas acima, a Igreja convoca os católicos para a participação também nas demais celebrações importantes do Ano Litúrgico, como as da Semana Santa (Missa do lava-pés, Adoração da Cruz, Vigília Pascal). Além dessas, os fiéis são vivamente incentivados a participar das celebrações especiais, como, na Quaresma, a Via-Sacra, a novena de Pentecostes, as festas do Sagrado Coração de Jesus (na sexta-feira da semana seguinte à festa de Corpus Christi) e do Sagrado Coração de Maria (no sábado seguinte).
A riqueza litúrgica da Igreja ainda nos oferece a Liturgia das Horas, as grandes novenas dos santos padroeiros, as memórias dos grandes santos e santas, especialmente dos santos Apóstolos, mártires, doutores, virgens, monges, eremitas etc. Tudo isso são meios de obtermos as graças de Deus para uma vida santa.