Como os pais podem falar sobre dinheiro e consumo com os filhos?
Não é simples falar sobre a relação pais, filhos e dinheiro. A sociedade consumista nos empurra, a todo instante, a gastar cada vez mais. Cartão de crédito, débito, 10x sem juros, ou seja, consumir sem precisar pagar no mesmo instante. Comprar para ter, por desejar, por ver famosos usando/divulgando.
Antes dos anos 1930, comprar era uma questão de necessidade. Com o surgimento do American way of life, o estilo consumista propagado nos EUA e para o mundo, nós fomos lançados neste ambiente de consumo e prazer. Adolescentes, jovens e crianças recebem essa investida consumista com ainda mais força. As campanhas publicitárias focam diretamente este público jovem para conquistá-los, o quanto antes, e poder fazê-los compradores fiéis, e até defensores de suas marcas. Diante desse cenário, como os pais podem falar sobre dinheiro e consumo com seus filhos?
Primeiramente, não existe receita pronta ou uma espécie de panaceia financeira capaz de resolver todos os problemas de todas as famílias. Cada pai e mãe sabe os filhos que têm, e cada um reage de forma diferente, não é mesmo? A mesma educação que, muitas vezes, três filhos recebem pode trazer respostas variadas, correspondências, rebeldias, silêncio, contestação. No entanto, é possível trilhar alguns caminhos que pode ajudar neste processo.
Educar e conquistar pelo amor
Em primeiro lugar, os pais precisam ter a clareza de que não podem ser “amiguinhos” dos filhos, coleguinhas de turma, apoiá-los em toda e qualquer situação. Mas ser pai e mãe, educar, incentivar mais do que corrigir, e também não aplaudir os comportamentos errados. Pais são para educar e conquistar pelo amor, e não podem querer aprovação imediata dos filhos. Pais que são liberais ao extremo e que se esquivam de colocar algumas regras claras estão permitindo a criação de jovens mal formados.
No que tange o dinheiro, é preciso ter a consciência que os pais devem, sim, dar o conforto material, e o que for possível, para seus filhos, mas não são obrigados, por exemplo, a comprar um Iphone 10 de R$ 5mil. Acredite, muitos jovens fazem com que seus pais contraiam dívidas. Conhece algum? Não estamos falando da culpa estar nos filhos, mas o modelo posto no mundo de hoje é este: propagandas, sociedade consumista e jovens sendo impulsionados a exigir do pais a última moda vigente de eletrônicas, roupas, festas e viagens.
Diálogo financeiro
Quando eu tinha 14 anos, vi muitos de meus colegas obrigarem os pais a venderem bens para viajar para Disney. Era como se os pais fossem obrigados a se virar, endividar-se para mandar seus filhos para os EUA, para correr atrás do Mickey e sua turma. Neste exemplo, pode-se ver uma inversão de valores. Os pais podem proporcionar o que for possível para os filhos, mas com o devido cuidado para darem de mão beijada tudo que a sociedade empurra para eles. É preciso demonstrar aos filhos o que é trabalhar duro para comprar coisas, para viajar, para ter um Iphone.
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Outro ponto fundamental é o diálogo financeiro aberto, sincero e acolhedor. Pais precisam ter, ao menos uma vez ao mês, uma conversa sobre questões financeiras com os filhos. Como andam as finanças da família, as contas atrasadas e as que irão vencer em breve, os gastos imprevistos, a conta de luz que subiu muito ou a comida que foi jogada no lixo, o banho demorado demais etc.
Claro, falar também sobre as próximas férias, como planejar, onde a família deseja conhecer, quanto é preciso para realizar. Amor, verdade e participação, essas são as três palavras-chave de um bom diálogo financeiro familiar. Momentos como esse, sem distrações nem interrupções, de forma descontraída e relaxada, favorecem que os filhos aprendam, desde cedo, o real sentido do dinheiro, sua importância como ferramenta de realização de sonhos. Aprende-se também que jamais o dinheiro pode tomar o lugar de Deus na família! A providência Divina rege todas as coisas.
Quando será o próximo diálogo financeiro da sua família? Algumas rezam o terço antes deste momento ou leem a Bíblia, um Salmo ou uma oração espontânea, para pedir e consagrar a Deus os bens e o patrimônio da família.
E aí, topa o desafio?
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