A maternidade é uma vocação, e gerar uma vida é aceitar um dom divino. Na Bíblia, lemos o momento do anúncio do anjo a Maria, de que ela seria Mãe. O anúncio veio seguido das palavras: “Não tenhas medo, encontraste graça diante do Senhor”. Essa frase também acontece na nossa vida diante da novidade da maternidade.
Os filhos são fonte de riso na nossa vida de casal desde a notícia do exame. Como podemos explicar para alguém a felicidade de pequenas conquistas dos nossos filhos? Por que a maioria das mulheres, ao brincar de boneca, já acalenta, no seu coração, o sonho de ser mãe? Algumas conseguem realizar esse sonho gerando fisicamente, outras no coração, e ainda algumas na espiritualidade. A maternidade não é feita só de risos, mas é na dor que conseguimos sentir a verdadeira emoção de ser mãe. Amar um filho que faz tudo certo, qual é o mérito? É na dor que superamos os nossos sonhos de meninas e vivemos a plenitude do amor. Esse amor é tão forte, que é a comparação mais próxima que temos do amor de Deus pela humanidade.
Maternidade biológica
Descobrimos que gerar é fácil, perto do desafio de conduzir os filhos para serem pessoas de bem, não só com sucesso profissional, mas que caminhem na trilha que a Bíblia e a Igreja nos ensinam. Quando escrevi o livro “Mulheres à luz da Bíblia”, meu desejo era aprender com os erros e acertos dessas mulheres, principalmente com a modelagem que elas permitiram que Deus fizesse na vida delas. Depois de publicá-lo, tenho recebido testemunhos de que o livro ajudou as pessoas a exercerem e entender melhor o papel de mulher, mãe, irmã, sogra, nora, entre outros, ou seja, aprenderam a amar melhor rumo ao ágape.
Para os filhos, a fé dos pais tem uma influência muito grande, e isso faz parte das entranhas deles, mesmo em momento que estão em conflito com Deus. Para a maioria dos pais, é um prazer vê-los servindo a Deus, porque isso traz uma satisfação que nada no mundo pode superar. Entretanto, temos de trabalhar a paciência para as suas idas e vindas. Cada um com a sua forma de ser, mas todos como filhos de Deus.
A maturidade chega quando aceitamos que, apesar de todo nosso amor e exemplo, eles crescem e querem seguir a sua vida. Lembro-me de Ana, na Bíblia, que, depois de um período de esterilidade, engravidou. Após o desmame, leva Samuel para viver no templo. Sua postura nos mostra que os filhos não são nossos, mas de Deus.
Maternidade espiritual
O ápice de ser mãe é quando os filhos se casam e começam a sua própria família. O que chama à atenção é que, no início, o jovem casal diz “na minha casa as coisas acontecem assim, e na casa dele é diferente”. As comparações são inevitáveis. Em um determinado momento, o discurso muda, o casal começa a dizer “na nossa casa é assim, e na casa dos nossos pais funciona de forma diferente”. Pode parecer simples, mas é quando deixam de ser nossos para serem um do outro.
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Nessa época dos meus filhos, comecei a entender a carta de São Paulo aos Efésios, a qual diz que o homem deixará pai e mãe e se unirá a sua mulher e os dois serão uma só carne (Ef 5,31). A chegada dos netos dá início a outro ciclo, não só para os nossos filhos, mas também para nós. Os relacionamentos parentais são fundamentais para o desenvolvimento da criança. E aí descobrimos que a maternidade espiritual é muito importante, porque geramos os filhos e netos no amor e na oração.
Na convivência com os netos, aprendemos a amar melhor, a demonstrar os sentimentos e a ser menos arrogantes nos conceitos. Outro aprendizado é que não temos mais o compromisso de educar, mas doamos nosso tempo para ensinar a parte espiritual e socorrer quando precisam. Isso foi fundamental para sermos menos mãe biológica e mais mãe espiritual, fato que, muitas vezes, esquecemos quando estamos focadas em “criar” filhos.
No meu caso, ser mãe de tantas que chegam ao Movimento para rezarem pelos seus filhos. Essa isca continua a ser usada por Deus, pois as mães vêm para rezar pelos filhos e são curadas e evangelizadas. Mães curadas, famílias restauradas.