O Concílio Vaticano II descreve o leigo como testemunha e instrumento vivo da missão da própria Igreja, deixa claro que todos os cristãos são chamados à plenitude da vida cristã e obrigados a tender à santidade e perfeição do próprio estado. Assim como Pedro era pescador (Lc 5, 3) e Mateus era cobrador de impostos (Mt 9, 9), a santidade não é reservada ao clérigo, mas a todos os cristãos, cada qual com sua vocação.
Em 2 de outubro de 1928, nascia a Opus Dei, quando São Josemaría Escrivá de Balaguer recebeu a missão de iniciar na Igreja um novo caminho vocacional, orientado a difundir a procura da santidade e a realização do apostolado, mediante a santificação do trabalho cotidiano no meio do mundo. A partir de então, São Josemaría se entrega de corpo e alma ao cumprimento da sua missão de promover entre homens e mulheres, de todos os âmbitos da sociedade, um compromisso pessoal de seguimento de Cristo, de amor ao próximo, de procura da santidade na vida quotidiana.
Foto Ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com
A missão de santidade
No Brasil, o trabalho apostólico do Opus Dei teve início em 1957, em Marília, Estado de São Paulo. A iniciativa e o trabalho do então bispo Dom Hugo Bressane de Araújo alcançaram São Josemaria Escrivá, que decidiu que fosse erguido um primeiro Centro do Opus Dei no Brasil e para onde se transferiram alguns membros da Obra, entre eles o padre Jaime Espinosa Anta, licenciado em medicina e doutor em direito canônico, acompanhado de um médico recém-formado e um jovem advogado. O centro feminino contou com o trabalho inicial de duas professoras e uma nutricionista.
O Opus Dei é, portanto, uma instituição hierárquica da Igreja Católica, uma prelazia pessoal, que tem como finalidade contribuir para a missão evangelizadora da Igreja. Concretamente, o Opus Dei procura difundir o chamado universal à santidade e o valor santificador do trabalho cotidiano. Na obra Caminho, de São Josemaría Escrivá, ao tratar do chamamento, o fundador ensina que “a tua perfeição consiste em viveres perfeitamente naquele lugar, ofício e grau em que Deus, por meio da autoridade, te colocar”.
Leia mais:
.: Como o corpo pode levar o homem à santidade?
.: Santidade: como conciliar prudência e ousadia?
.: A espiritualidade de São Bento nos dias de hoje
.: Jesus Cristo, Deus e Homem verdadeiro
São Josémaría Escrivá
Como disse o Papa João Paulo II: “não podemos esquecer que a importância da figura do Bem-aventurado Josemaría Escrivá deriva não só da sua mensagem, mas também da realidade apostólica à qual deu vida. Nos sessenta e cinco anos transcorridos desde a sua fundação, a Prelatura do Opus Dei, unidade indissolúvel de sacerdotes e leigos, contribuiu para que o anúncio salvífico de Cristo ressoasse em muitos meios”.
Que a lição e o exemplo de São Josemaría Escrivá nos guie no caminho de santidade e que sua obra continue a fazer discípulos e a dar frutos. Quando se vive dessa forma, tudo é oração, tudo pode e deve conduzir-nos para Deus, alimentando, da manhã à noite, essa relação contínua com Ele. Dessa forma, todo o trabalho pode ser oração e todo o trabalho, que é oração, é apostolado.
Que continue a ressoar o que disse o Papa João Paulo II ao encorajar “todos os membros da Prelazia do Opus Dei a perseverar, em fiel continuidade com o espírito de serviço à Igreja que sempre inspirou a vida do Fundador”. Que assim seja!
REFERÊNCIAS:
BÍBLIA SAGRADA. Tradução da CNBB, 18 ed. Editora Canção Nova.
CONCÍLIO VATICANO II. Constituição Dogmática Lumen Gentium.
ESCRIVÁ DE BALAGUER, Josemaría. Caminho – 9ª ed. – São Paulo: Quadrante. 1999.
JOÃO PAULO II. Discurso aos participantes de um Congresso sobre o pensamento do beato Josemaría Escrivá, fundador do “Opus Dei”. Vaticano, 14 out. 1993.
PRELATURA DEL OPUS DEI. Fundación Studium, Scriptor. Opus Dei. História. https://opusdei.org/pt-br/
VATICANO. Arquivos. Josemaría Escrivá de Balaguer.
