A dor que salva

O que sentimos diante da dor e do sofrimento?

Diante da dor, o homem se torna vulnerável, perde o controle das suas emoções, tem reações absurdas, foge; o mais valente se torna impotente. A sua natureza se defende desse sentimento como se fosse um inimigo, defende-se com todas as armas da maior das dores: a morte. A natureza humana, até no último suspiro, grita pela vida, pela existência, pela eternidade, pelo gozo eterno.

O homem perde o raciocínio quando sente dor. Ele não consegue trabalhar, calcular, compor, escutar; parece que tudo, todas as suas capacidades, estão voltadas para a dor. Se formos analisar, poderíamos até dizer que ela é sinônimo de derrota, fracasso.

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Foto Ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Jesus Cristo, humano, porém totalmente Divino, quis fugir dela, mas o encontro com a dor foi inevitável, até ela se tornar Sua companheira de missão. Jesus, o Homem perfeito, conseguiu administrar as Suas emoções, Sua razão e natureza; conseguiu, no cume desse sentimento mau, perdoar o pecador e consolar os que choravam pelo Seu sofrimento. Recusou o fel e o vinagre, que eram como anestésico; não desprezou Judas, embora este O tivesse traído; investiu em Pedro, mesmo sabendo que ele iria negá-Lo. Não gritou, não correu do suplício.

Você sente dor? E o que faz diante do sofrimento?

Sentiu dor física do flagelo, dor moral da nudez e emocional da zombaria; a dor da traição, da injustiça, do abandono, da alma e do espírito, que não sentiu a presença do Pai; enfim, do grande mistério humano: a chegada da morte. Jesus conseguiu ver além, olhou a causa da salvação, ultrapassou os limites do humano, não porque era Divino, mas porque assumiu o seu principal objetivo: a missão de salvar.

Comecei a perceber que, quando estamos doentes, para nos curar é preciso tomar remédios amargos, às vezes injeção e, se a doença for grave, é preciso até mesmo de uma cirurgia com uma dolorosa recuperação. As pessoas que têm câncer lutam, mesmo sabendo que, diante da medicina, essa doença é incurável. Fazem quimioterapia, radioterapia, tomam remédios fortíssimos, passam por cirurgia para retira-lo e, muitas vezes, o tratamento é muito mais doloroso que a própria enfermidade. Poderíamos dizer que médicos malvados que machucam trazem dor somente como uma ponte para chegar à salvação, a cura é a fé; é a esperança de ser salvo que faz essas pessoas ultrapassarem essa barreira.

Por toda dor que Jesus passou, hoje, como cristãos, unimo-nos a Ele para transcendê-la para a salvação e conversão, tornando-nos, assim, mais humanos e sensíveis, podendo gerar amor e gerar a vida eterna.

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A dor pode ser um caminho de salvação

Esse pesar é uma ponte para a morte. Não se pode entrar na vida eterna senão por meio dela, mas com olhos na promessa de eternidade podemos abraçá-la para contemplar Deus. Não tenha medo de sentir dor. Jesus passou por ela e não usou drogas. Ele ficou lúcido! Muitas pessoas usam drogas para fugir desse mau sentimento. Jesus vai ajudá-lo a passar por ele. A dor é somente uma ponte que salva.

Olhando para a minha vida, eu posso dizer: eis os tantos sofrimentos que me salvaram, olhe para sua vida e diga: “Eis o sofrimento que vai me salvar, mesmo que eu não compreenda, eis o elo que me leva à eternidade: a dor”.

Junto com você, eu quero afirmar que a dor salva (cura). Passe por essa ponte com alegria, com os olhos e a vida voltados para a salvação. Jesus é o Homem doloroso, mas muito mais homem da salvação. Ele estará com você.

Jesus, eu confio em Vós!

Érika Andrade