Decisão

O amor comporta o perdão

Com o perdão, faço com que aquela relação negativa se desfaça, e assim fico tranquilo

O amor comporta o perdão. Já vimos que, normalmente, na cura interior, o que está escondido atrás de cada medo, de cada raiva e muita ansiedade é a falta de perdão, o que, muitas vezes, acarreta doenças psíquicas e também físicas. Um psiquiatra inglês muito famoso chamado K. McAll (que escreveu os livros sobre a árvore genealógica, traduzidos também em italiano) diz que muitos pacientes internados nos nossos hospitais psiquiátricos, tratados constantemente com os novos medicamentos para a psique sem nenhum resultado, seriam pessoas que, no ato da internação no hospital, teriam necessitado não de medicamentos, mas de pessoas que as ajudassem a perdoar.

Foto ilustrativa: Antonio Guillem by Getty Images

A falta de perdão acarreta tantas tensões, que essas acabam sendo somatizadas, e, algumas vezes, transformam-se em dores de estômago, garganta ou em outras partes do corpo; e quando são feitas análises clínicas, o médico não encontra nada de fisicamente anormal, trata-se de resultados da falta de perdão.

Perdoar nos torna independentes. O perdoar é um ato de sapiência, um ato inteligente, um ato concreto em que corto de verdade uma relação negativa para poder viver mais serenamente. Portanto, quando eu perdoo, não é a outra que tem a vantagem, mas sou eu mesmo que a obtenho, pois sou eu que estou ligado, de forma negativa, a outra pessoa. Com o perdão, faço com que aquela relação negativa se desfaça, seja cortada e assim fico tranquilo. Obviamente, perdoar não quer dizer que o outro deve aceitar o perdão. Isso não é tão importante! O importante é que eu perdoe, e eu concedo o perdão por meio de uma decisão: O perdão cristão.

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Falar de amor e perdão nunca é suficiente, pois sempre existirão tantas outras coisas para se falar. Mas acho que sobre o que nós ponderamos já é suficiente para nos ajudar a entender que nós somos chamados a ser cheios de amor, de modo a podermos estar mais próximos de Deus. E estando cheios de amor, nós recebemos a graça da cura e nos transformamos em instrumentos do Senhor para a cura dos outros. Quanto mais somos abertos para o amor, mais nós amamos e mais o Senhor pode se utilizar de nós para oferecer curas e recebermos aquelas de que necessitamos.

Artigo extraído do livro “Cura do mal e libertação do maligno” de Frei Elias Vella