A Arte na Evangelização

Talvez você esteja surpreso ao ler este texto. Para mim também foi uma surpresa receber o convite, dos meus irmãos do Portal Canção Nova, para estar escrevendo algumas matérias. Na verdade não sou um escritor, apesar de ser o autor do livro “Ministrando a música”. Considero-me um irmão mais experiente, afinal são 35 anos de Comunidade Recado, e os frutos destes anos de apostolado não são apenas para nossa comunidade, mas para todo o povo de Deus que amo e pelo qual procuro dar a minha vida.

Vamos caminhar juntos com este tema: a arte na evangelização.

Arte segundo o dicionário é “a habilidade, o talento, a perícia para uma atividade” ou “a expressão ou concepção do que é belo” ou “o objeto criado a partir desta concepção”. Também vemos que o artista é “a pessoa que pratica alguma das artes, alguém com muito talento”.

A arte na evangelização é algo atualíssimo, porém antigo. O momento em que vivemos é difícil e desafiador. Ao mesmo tempo vemos pessoas com sede da experiência transcendente, vemos estas pessoas afastarem-se da fonte segura, a Igreja e a Palavra de Deus, e entrarem na louca e perigosa aventura da busca pela novidade e pelo modismo.

Você já parou para pensar o quanto pessoas se deixam levar por teorias cheias de mistérios e grandes facilidades? Você já se deu conta que o mundo está tentando nos formar na escola da praticidade, do imediatismo e do descartável? Em nome da pressa e da urgência estamos sendo condicionados a não vivermos, mas em passarmos apressadamente pela vida.

Sabe aquele cheirinho gostoso do arroz cozinhando no fogão, da panela de pressão com aquele feijão bem temperado… hum que delícia! Pois é, estão querendo nos convencer que um lanche dentro de uma caixinha, comido às pressas em pé diante de um balcão é melhor, mais prático. Posso até concordar que é mais rápido, mas mais gostoso não é. E sabe qual é o principal sabor esta que pressa toda nos rouba? O sabor da convivência com as pessoas que vivem conosco. Da partilha de vida, da alegria de nos encontrarmos e deixarmos que a riqueza do outro nos edifique.

Interessante ver o quanto as lojas, as vitrines, os bares, o famoso shopping center, todos estes lugares estão cuidadosamente preparados para nos servirem com eficiência, rapidez, praticidade e estética.

Interessante e triste também ver que estes locais estão prontos para nos afastarem de nossas casas, dificultarem nossos laços mais profundos de amizade e nos lançarem muitas vezes em um mundo “maravilhoso” porém irreal e desumanizado.

Você pode estar pensando que eu odeio Shopping, na verdade eu até gosto porém não posso deixar de ver tudo isso, e exatamente por ver tudo isso tomo minhas precauções para não fazer dele meu único lazer. Certa vez fiquei constrangido porque levei um irmão de Fortaleza para um shopping, para fazer um momento de partilha e convivência fraterna, mas que surpresa desagradável. Tivemos que fazer tudo correndo. O almoço teve que ser rápido porque afinal tinha várias pessoas esperando a vaga em uma das mesas. O cinema ficou para outra ocasião porque estava com lotação esgotada desde de o dia anterior. Os bancos onde poderíamos colocar o papo em dia estavam lotados de casais de namorados com comportamentos as vezes nada cristãos. E o barulho das promoções e ofertas imperdíveis nos tiraram completamente o “clima” da conversa. Só nos restou mesmo pegar o último metrô antes da hora do “rush”!

E o que é que isso tem a ver com arte e evangelização??? Nos nossos próximos encontros eu explico!!!

Um grande abraço,