Este texto surge a partir da seguinte pregação de monsenhor Jonas Abib chamada “Ele não tardará”. Uma pregação, de 6 de dezembro de 1998, na qual o padre fala sobre o tempo litúrgico do Advento e explica que este tempo diz respeito não somente à primeira vinda de Jesus, mas também sobre a Sua Segunda Vinda, a gloriosa. Isso tudo resultará no que a Sagrada Escritura aponta como: Novos Céus e Nova Terra (Ap, 21,1). Inclusive, esse foi o título de um dos livros do próprio padre Jonas: “Céus Novos e uma Terra Nova”. Sabemos que isso está em pleno acordo com aquilo que é ensinado pela Igreja: “No fim dos tempos, o Reino de Deus chegará à sua plenitude. Depois do Juízo final, os justos reinarão para sempre com Cristo, glorificados em corpo e alma, e o próprio universo será renovado” (Catecismo 1042).
No entanto, em determinado momento de sua pregação, o padre diz que, antes desse Juízo final, acontecerá o seguinte: “Infelizmente, a maldade crescerá de tal maneira, que não irá demorar para a humanidade clamar, especialmente nós que acreditamos: ‘Vinde logo, Senhor Jesus!’”. É sobre essa afirmação que eu vou me deter, porque vejo que tem plena ligação com o que nós nos propusemos a fazer no último texto a respeito deste assunto, que foi: relatar os fatos que apontam para um desenvolvimento do mistério da iniquidade.
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O impacto midiático no comportamento social e a necessidade de clamar e acreditar: “Vinde logo, Senhor”
Chegará o momento que, nesta série de textos, irei mostrar o desenvolvimento da maldade em escala global. Entretanto, num primeiro instante, quero me deter em apenas relatar alguns pontos de nossa realidade nacional. Falarei da maldade crescente em nossa nação e quero fazer isso tomando como exemplo a influência funesta dos meios de comunicação no comportamento das pessoas. No ano de 2009, foi publicada uma matéria no site do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) sobre um estudo feito pelo mesmo instituto. Nela continham informações assustadoras, estudos feitos com 115 novelas transmitidas entre os anos de 1965 a 1999. Os dados mostravam o impacto das novelas brasileiras sobre o comportamento da sociedade. Saltaram-me aos olhos os seguintes pontos: caiu 60% a taxa de fertilidade no país desde a década de 1970; os divórcios aumentaram cinco vezes mais desde a década de 1980; a televisão teve um papel importante na influência das percepções das mulheres sobre o casamento e a família; e 68 milhões de brasileiros assistiam regularmente às novelas noturnas.
Outro ponto comentado na matéria é a frequência com a qual as novelas, a partir do seu enredo, fizeram críticas aos valores tradicionais. A matéria cita como exemplo a novela da década de 80 chamada “Vale Tudo”, na qual a personagem principal, para alcançar seu objetivo de ficar rica, era capaz de roubar, mentir e enganar. Esses dados nos fazem ficar de orelha em pé, em atitude de alerta sobre a influência midiática enraizada ao longo dos últimos anos na sociedade brasileira. Devemos nos perguntar: quantos casamentos chegaram ao seu fim ou foram no mínimo afetados porque os cônjuges tiveram sua mentalidade deformada pelo padrão apresentado por novelas deste período? Quantos exemplos foram dados de infidelidade conjugal através dos personagens dessas novelas, a ponto de levar o telespectador a reproduzir tais atos num clima de normalidade? Quantas famílias, inclusive as que se dizem católicas, passaram a enxergar os filhos somente como mais uma despesa e não como um dom dado por Deus?
As críticas aos valores tradicionais e a deformação da consciência moral
Imagine 68 milhões de pessoas assistindo, diariamente, a algo que lhe deforma o imaginário e que atrofia a capacidade intelectiva de olhar para a realidade e identificar o que é moral e o que não é. Some o efeito provocado pelas novelas ao de tantos programas de auditório. Quem não se lembra de um determinado programa, no qual homens de sunga e mulheres de biquíni fio dental, competiam numa banheira para ver quem pegava mais sabonete? Um show de promiscuidade! Quem não se recorda de programas nos quais mulheres dançavam com minirroupas? Um apelo à sensualidade e à objetificação do ser humano! E o que falar dos programas de exame de DNA ou aqueles que se propunham a fazer teste de fidelidade? Perceba que estou me referindo a programas de anos atrás e que, certamente, contribuíram para um florescimento do que temos hoje traduzido em músicas de Funk, Axé, Sertanejo Universitário etc. Letras obscenas e que, por incrível que pareça, não causam aversão a grande parte da população, porque esta já está com sua consciência moral deformada pelo efeito midiático ao longo dos anos.
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Clamemos: “Vinde logo, Senhor Jesus”
Não é necessário esforçar-se muito para ver, neste cenário, uma degradação da consciência do sujeito levando-o a ignorar sua própria dignidade de ser humano. Que isso seja mau ninguém discute, mas espantaria ainda mais se descobríssemos que toda essa perversidade crescente não é algo meramente espontâneo, mas provocado por forças que antecedem a própria Mídia. Isso sim nos levaria à conclusão de que a vaca já está para além do brejo. Seria possível que pessoas e organizações por detrás de uma cortina de fumaça tenham orquestrado tamanha maldade? Restam-me poucas linhas neste artigo, no entanto, de antemão, posso dizer: estamos no meio de uma reengenharia social que afeta não só o Brasil, mas o todo o mundo. Isso é mais pérfido do que qualquer maldade que podemos imaginar. Ao longo dos próximos artigos, gastarei todas as minhas forças para relatar, ao caro leitor, as minúcias desse projeto de dominação global. Contudo, e com isso concluo, seria injusto dizer que toda a população se encontra entorpecida nesse emaranhado de perversidade. Existe um resto, uma pequena parte, um povo que, embora espalhado pelo Brasil afora, não se deixou corromper pelo velho “Pão e Circo” oferecido por Roma. São esses que, ao ver o que se tornou a humanidade, imploram para Deus: “Vinde logo, Senhor, ou pereceremos!”.
Jonathan Ferreira
Missionário da Comunidade Canção Nova
