Minha jornada de fé
Sou Adailton Batista, e minha história com a evangelização começa muito antes de eu tocar em um computador. Nasci na zona rural do município de Porteirinha, em Minas Gerais, em uma vida simples e, por graça de Deus, rica em conhecimento.

Foto Ilustrativa: Paula Dizaró/cancaonova.com
Desde pequeno, gostava de ler as revistas e jornais que chegavam até mim e, mesmo antes de ir para a pré-escola, minha mãe, com sua dedicação, já havia me ensinado a ler o alfabeto, a escrever meu nome, o de meus pais e irmãos, e até parte da tabuada.
Minha infância e adolescência foram distantes da tecnologia. O contato com mais livros se intensificou no quinto ano, mas foi apenas no Ensino Médio que acessei um computador pela primeira vez e criei meu primeiro e-mail. Fui o primeiro de meus cinco irmãos a fazer um curso de digitação, embora a tecnologia não fosse meu forte. O que já trazia em mim era um dom natural para aprender e compartilhar.
Minha família sempre foi católica e, após a minha crisma, mergulhei nos grupos de jovens e retiros espirituais na diocese de Janaúba, onde fui atuante; e tudo o que eu vivia, sentia um forte desejo de que outros também experimentassem aquela graça de Deus, a experiência com Cristo.
Além dos limites: do SMS à evangelização digital
A semente do evangelizador digital nasceu de uma forma inusitada. Por volta de 2001, adquiri um celular com um plano que oferecia SMS ilimitado. Tive uma ideia ou inspiração divina: comecei a inventar combinações de DDDs com números de telefone e a enviar mensagens da Bíblia, retiradas do folheto do culto dominical, para pessoas que eu nem conhecia. Lembro-me de ter enviado mais de cem mensagens em um único mês.
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Era a minha forma de usar o pouco que tinha para levar a Palavra adiante. Recordo de receber muitos retornos: “Obrigado pela mensagem! Era o que eu precisava ler hoje. Não sei como achou meu número, mas não importa, essa mensagem foi voz de Deus para mim”, retornos como esse me motivavam a continuar.
Em 2009, o trabalho com a missão evangelizadora na internet tomou outras proporções. Ao ingressar na Comunidade Canção Nova, por providência divina, fui designado para trabalhar no setor de “Novas Tecnologias” da TV.
Ali, passei a gerenciar blogs, o site oficial da TV, as mídias sociais e a trabalhar com o envio de SMS com conteúdos do Papa, de nosso fundador – Monsenhor Jonas Abib – e dos santos. Fui identificando, em minha vocação, um chamado claro: usar a internet para propagar a Boa Nova do Evangelho.
Como a fé se conecta ao futuro
Como nos ensina meu fundador, Monsenhor Jonas Abib, devemos e precisamos usar de todos os meios possíveis já criados para evangelizar. Penso também em São Paulo, o apóstolo, e nas viagens que ele fez para anunciar o Evangelho. Imagine o que ele faria em nosso tempo, tendo em mãos as ferramentas que temos!
Movido por esse ideal, mergulhei nos estudos. Muita coisa aprendi sozinho, “fuçando”, mas a Comunidade me deu a oportunidade de fazer o curso de Técnico em Rádio e TV; depois, a graduação em Jornalismo, que expandiu meu conhecimento.
Recentemente, concluí um MBA em Digital Business, e minha visão se abriu para as incontáveis possibilidades que temos hoje, incluindo o uso de Inteligência Artificial para continuar esse trabalho.
Nessa jornada, compreendi algo fundamental:
“Rede Social sempre existiu. As plataformas só vieram ampliar a comunicação das redes.”
A missão como consagrado Canção Nova é evangelizar
A escola, a família, a comunidade… onde há gente, há uma rede social. Por trás de cada perfil e cada plataforma, existem pessoas. E, como vivemos aqui na Canção Nova, “a pessoa é o mais importante”. É por isso que não podemos estar nas redes apenas por estar. É preciso ter um objetivo concreto.
Lembro-me de um fato que partilhei em meu blog em 2011, após participar de um evento em São Paulo. Em uma das palestras, perguntaram quem ainda usava o Orkut, que já havia “morrido” em muitos países, mas que, no Brasil, ainda era muito popular. Eu, na minha euforia, respondi que sim, e fui até um pouco “zoado”, mas aquilo me levou a uma profunda reflexão: eu não usava a rede por usar, mas porque tinha um objetivo.
Minha missão como consagrado Canção Nova é evangelizar. Enquanto o Orkut não morresse no Brasil, eu o usaria, pois sei do alcance que um vídeo, um post ou um comentário pode ter na vida de muitas pessoas que usam essa ferramenta. Como já disse: a pessoa é o mais importante.
As redes sociais e as novas tecnologias não teriam sentido para a escolha de vida que fiz se eu não as colocasse em função da minha missão. De palavras, o mundo está cheio; a sociedade anseia por veracidade, por autenticidade.
Usar as redes sociais para construir um mundo novo e formar na fé
Por isso, deixo aqui meu apelo: não use as redes sociais por usar. Use com um objetivo. Use para colaborar com algo concreto, para construir um mundo mais justo, para ser um formador de opiniões pautado no bem.
Ao ver a canonização do beato Carlo Acutis, um jovem que usou a internet para o céu, eu me identifico profundamente com sua missão. Peço sua intercessão para que eu nunca me perca neste vasto universo digital e continue a usar bem os meios de comunicação para o único fim que importa: evangelizar.
Espero que você, que lê esse breve testemunho, possa também usar, de alguma forma, os dos que o próprio Deus lhe deu para levar a mensagem de fé e esperança a tantos corações. Deus mesmo lhe mostrará quais meios. Abra-se à vontade d’Ele.
Deus o abençoe!