“O homem virtuoso e casto constrói-se dia a dia com as suas numerosas decisões livres”. Quero começar dizendo-lhe que o sexo é lindo! A relação sexual em que, anteriormente, o homem e a mulher já se deram em tudo: no diálogo, na partilha, no vencer seus próprios egoísmos, no conhecer a história, na confiança e em que um entendeu que deve fazer a felicidade do outro, é linda! Gostaria que soubesse também que a castidade não tem a ver só com o sexo, pois é muito além! A castidade nos protege do egoísmo, seja dos outros ou do nosso; nos protege de sermos usados e usar. Ela diz de autocontrole. Podemos traduzi-la em duas palavras: pureza e equilíbrio. Uma pessoa casta é equilibrada no comer, beber, comprar, na sexualidade, dentre tantos outros aspectos.
Ao contrário do que muitos pensam, a castidade não é uma prisão. Ela nos faz livres de nossos instintos animalescos. Sim, a natureza humana é também uma natureza animal, a diferença é que o ser humano é dotado de razão e espírito. E aqui está o ponto mais importante, nossa razão deve disciplinar a nossa carne e nossos instintos.
O Catecismo da Igreja Católica, no Parágrafo 2342, diz: “O domínio de si é uma obra de grande fôlego. Nunca poderá considerar-se total e definitivamente adquirido. Implica um esforço constantemente retomado, em todas as idades da vida”. Como filhos de Deus, somos chamados a dominar os nossos impulsos, a transformar os nossos vícios em virtudes! E aqui não quero falar apenas de impulsos sexuais, talvez, você seja uma pessoa que facilmente fica irado; que come descontroladamente; compra o que pode e o que não pode; alguém assim está longe da castidade. Porque, a mesma, como já dito aqui, não diz apenas de sexo, castidade engloba o homem no seu todo.
Castidade não é do dia para a noite
“A castidade conhece leis de crescimento e passa por fases marcadas pela imperfeição, muitas vezes, até pelo pecado” (Catecismo 2342). Existem pessoas que se decidem pela castidade, porém, na primeira queda, desistem. Algumas não vão mesmo conseguir serem castos na primeira tentativa, porque castidade é uma construção dia a dia! É um processo de purificação da mente, do olhar, dos sentidos e das emoções. Para se chegar à castidade, um processo de cura interior e de reconciliação com a própria história contribui e muito.
Se você teve uma vida desequilibrada e precisa voltar ao ponto de equilíbrio, isso exigirá de você força de vontade e esperteza. “O domínio de si é uma obra de grande fôlego. Nunca poderá considerar-se total e definitivamente adquirido. Implica um esforço constantemente retomado, em todas as idades da vida” (Catecismo 2342). É preciso da força de vontade para dominar seus impulsos e da esperteza para fugir das tentações do demônio e das ciladas que você mesmo pode criar para si. Mais tarde, falaremos um pouco mais dessa esperteza, que precisamos ter para sermos castos.
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Castidade na prática
Você precisa ser bem esperto para não dar oportunidades de queda. Se você quer viver castamente, precisará , antes de tudo, fazer um bom exame de consciência. Anote seus pecados para confessar-se na primeira oportunidade! E recorra sempre à confissão quando pecar, o sacramento vai nos fortalecendo! Evite ficar sozinho no quarto, assistir filmes com cenas quentes! Coloque bloqueador de palavras pornográficas no seu computador e celular. Faça atividade física. Você vai canalizar suas energias em outras coisas. Ocupe a mente com leituras que te ajudem a se purificar. Se você gosta de trabalhos manuais, faça DIY, o Pinterest está cheio deles.
Se você namora ou está noivo:
Evite namorar no carro, em locais escuros ou pouco frequentados. Caso perceba que naquele dia está mais excitado, é melhor não se encontrarem. Seja muito transparente com seu namorado, namorada! Diga a ele como você se sente naquele dia e fuja de qualquer situação. Você, menina, use roupas que os ajude a serem castos! Evite beijos que provoquem, aquela pegada no pescoço ou qualquer parte do corpo que excite. Sejam espertos! A gente sabe como e quando pega fogo!
Tentar sem Deus é queda na certa
“A castidade leva quem a pratica a tornar-se, junto do próximo, testemunha da fidelidade e da ternura de Deus. A virtude da castidade expande-se na amizade” (Catecismo 2347). Se você quer ser casto, trilhe uma vida com Deus! É quase impossível viver castamente se você não trilhar um caminho de amizade com o Senhor! Ele é O puro; Ele é a força; Ele é o sentido de buscamos viver castamente.
Não vivemos castidade simplesmente porque é bonito ou porque queremos desafiar a nossa natureza. Existe um propósito! Vivemos castidade por amor a Deus, por amor ao outro e a nós mesmos. A vivemos para elevar nossa alma, para assumirmos nossa identidade de Filho de Deus. São Basílio dizia que: “A castidade torna o homem semelhante ao próprio Deus!”.
Rogéria Nair
Missionária da Comunidade Canção Nova