sexualidade humana

Entenda a diferença entre feminilidade e a sensualidade

Parece-me que os conceitos sobre feminilidade e sensualidade estão misturando-se de tal forma em nossa sociedade que levam as pessoas a encontrarem dificuldades para diferenciá-las. Fui pesquisar, em primeiro lugar, como estão definidos no dicionário Aurélio e encontrei o seguinte:

Feminilidade = s.f. Qualidade, caráter, modo de ser, de viver, de pensar, próprio da mulher.
Sensualidade = s.f. Propriedade do que é sensual. / Inclinação pelos prazeres dos sentidos; amor das coisas ou qualidades sensíveis.
Sensual = adj. Relativo aos sentidos. / Que satisfaz os sentidos: prazeres sensuais.

A partir dessas definições, convido você a refletir comigo. Gosto muito da definição dada pela Igreja sobre a sexualidade humana, de acordo com o Conselho Pontifício para a Família: “Sexualidade humana: verdade e significado”.

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Peço que leia, com bastante atenção, como a instituição criada por Cristo vê a sexualidade: há de salientar a importância e o sentido da diferença dos sexos como realidade profundamente inscrita no homem e na mulher: «a sexualidade caracteriza o homem e a mulher, não apenas no plano físico, mas também no psicológico e espiritual, marcando todas as suas expressões».

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Isto é, não se pode reduzir a sexualidade a um puro e insignificante dado biológico, mas como nos diz a Igreja é ”uma componente fundamental da personalidade, na sua maneira de ser, de manifestar-se, comunicar-se com os outros, sentir, exprimir e viver o amor humano”.

É importante entender que, a resposta sexual, não se limita ao comportamento sexual, mas a toda forma de sentir, pensar e desejar. Sexualidade envolve o homem total. Faz parte da constituição essencial da pessoa humana e é algo determinante, porque é a partir da sexualidade que nos relacionamos com o mundo.

As diferenças não são barreiras, são riquezas

Homens e mulheres pensam de forma diferente, agem de forma diferente, sentem de forma diferente. E como diz diácono Nelsinho Corrêa, “as diferenças não são barreiras elas são riquezas”. E isso é a plena verdade.

Homens e mulheres são diferentes porque são complementares, ou seja, um não é melhor do que o outro.

Homens e mulheres devem ser iguais no direito às oportunidades de desenvolver plenamente sua potencialidade, mas, definitivamente, não são idênticos na sua capacidade inata.

Ao mesmo tempo que a sexualidade é parte constitutiva da nossa essência, não se trata de algo pronto, mas como tudo em nós, precisa ser desenvolvido até o último dia de nossa vida.

Quero falar, especialmente, para as mulheres e fazer-lhes um convite: não tenhamos medo de assumir a nossa essência, sendo cada dia mais femininas.

Não gaste energia querendo e buscando ser melhor do que os homens; querendo e buscando provar o seu valor.

Somos diferentes e cada um de nós tem o próprio valor e dignidade, pelo simples fato de termos sido criados à imagem e semelhança de Deus. Ser mulher é dom, é graça.

Ser feminina e ser sensual são coisas distintas

Uma coisa, no entanto, temos de entender: ser feminina e ser sensual são coisas distintas. Na sensualidade existe um contexto biológico. Especialmente no período fértil, nos sentimos mais bonitas, sentimos vontade de nos vestir e de nos arrumar melhor, e assim por diante.

São reações hormonais que têm como objetivo a procriação, então, o corpo se prepara para conquistar o homem por estar pronto para gerar uma vida. Muitas vezes, agimos assim sem nos dar conta disso.

A nossa sociedade, que tanto banaliza a sexualidade humana, incentiva, por todos os meios possíveis, a sensualidade, e nisso há uma imensa indústria que visa apenas o lucro.

Posso citar também, o fato de que, todo ser humano traz dentro de si um impulso natural para o prazer, e a sensualidade gera na mulher uma elevação na autoestima, a faz sentir-se mais bonita, mais poderosa.

Sexualidade não é algo apenas biológico

A visão da Igreja para que possamos refletir sobre esse aspecto: sexualidade não é algo apenas biológico, é bem mais do que isso. Quando nos deixamos levar por uma sexualidade sem sentido, como algo apenas biológico, o resultado quase sempre é o vazio. A pessoa, geralmente, torna-se prisioneira da sensualidade por uma necessidade de afirmação pessoal e, assim, o vazio tende a só aumentar.

É próprio da mulher o querer andar bem vestida, bem arrumada, por exemplo, ser cristã não significa vestir-se de forma desleixada, por exemplo. Mas é ter consciência de que a verdadeira beleza vem do nosso interior. É ter consciência do nosso valor e dignidade de filhas de Deus, e não nos deixar levar unicamente pelos sentidos, por nosso instinto sexual. Somos bem mais do que isso.

Ser feminina não significa andar com roupas extremamente curtas, justas ou coisas semelhantes. Quanto mais o nosso exterior for um extravasamento do nosso interior, tanto mais bonitas e femininas seremos.

A sexualidade faz parte do nosso ser

Com isso não estou negando a sexualidade nem a colocando como algo negativo, proibido. A nossa sexualidade faz parte do nosso ser, mas não somos apenas sexo. Nossa sexualidade quando é vivida com dignidade nos faz plenos, completos e realizados.

Deixar-se guiar e conduzir pela sensualidade, reflete, na maioria das vezes, a necessidade de afirmação pessoal por um desconhecimento da beleza interior e até mesmo exterior que se tem. Muitas vezes, nos deixamos impregnar por uma imagem ideal: a transmitida pela mídia, uma beleza estereotipada, vazia.

Concluo reforçando o convite para todas as mulheres: não tenham medo de assumir a sua essência e, assim, ser cada dia mais femininas.

Valorizem o dom que é o ser mulher. Deixem fluir a beleza interior que vocês têm.

Equipe Formação

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