Fase motivacional da preparação
Sim, agora estamos no estágio motivacional da preparação. Essa é a fase do “como fazer”. É o momento em que a meta é selecionada. Nela, o indivíduo reconhece ser usuário de drogas e causador de seus problemas. Ele propõe mudar seu comportamento, desenvolvendo um plano estratégico que o ajudará a colocar em prática essa mudança.
Aqui, costumo pedir que o paciente faça uma lista em que conste:
1 . As mudanças que quer fazer;
2. As principais razões para mudar;
3. Os passos que planeja para mudar;
4. A forma como as pessoas podem ajudá-lo.
Em resumo, no plano de ação, deve existir o COMO mudar, QUANDO (dia) começar, QUEM poderá ajudar e O QUE poderá dar errado.
Como a família pode ajudar?
A família ajuda a partir do momento em que abandona uma postura geralmente simplista de dizer “tudo o que ele precisa fazer é”, e passa a colaborar perguntando, com interesse, o que ele acha melhor para si. É importante ressaltar, nesse momento, o valor da oferta de ajuda imediata e o acolhimento. Deve-se evitar obstáculos como longas filas de espera ou sobrecarga de intervenções.
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Para ficar mais claro, nesse passo da entrevista motivacional, pode-se instituir pequenas mudanças, como quantificar o número de cigarros que fuma, contabilizar calorias ingeridas nas refeições, evitar o café – se este o fizer lembrar o tabaco – ou desviar-se do bar da esquina após o serviço, quando essa é apenas uma desculpa para a primeira dose. Nessa nova etapa, planeja-se o “Dia D” de parar. Nessa fase do processo, o dependente é convidado a permanecer na dança. Mas em que ritmo? No ritmo único e irrepetível de cada ser.